Nem todos os homens têm a mesma sorte com as mulheres. Quando integrei o gabinete do senador Bisol, admirava a ex-nora dele, 2 anos mais velha que eu. Deus sabe da minha inocência. Eu queria arrumar uma mulher mais velha, mais séria. Nunca me passou pela cabeça namorar gurias mais novas. Mal entendia que eu era um lobo, (não sem razão autor do BOCA DE LOBO).
Era o inverno de 1984 e houve um debate entre o Tarso Genro e o Pilla Vares. Naquela época Tarso era apenas um advogado trabalhista. O debate era no sindicato dos bancários.
Fui lá. Tarso estava lançando o livro LENIN, CORAÇÃO E MENTE. Mas Pilla Vares era mais trosko e Tarso, meio estalinista.
Lá pelas tantas me meti no debate, que era aberto.
Depois do debate, Tarso veio falar comigo. Contei-lhe que era de Santiago, que era amigo do Adelminho (seu irmão falecido) e do seu pai, seu Adelmo, esse eu conhecia desde os 15 anos, nas reuniões do PCB na casa do seu Aparício.
Tornei-me amigo de Tarso, passei a frequentar sua casa e cada vez que ele ligava para o gabinete falar comigo, quem atendia o telefone era Juarez Pinheiro, que odiava-o e hoje é seu subsecretário de Justiça.
Mas minha sina não vem de hoje.
Dias depois, liguei para a casa do Tarso, queria falar com ele. Atendeu-me uma vozinha: “ele não tá, pera aí, mas quem está falando, eu conheço essa voz”. Era a Luciana na outra ponta da linha. Conversa vai, conversa vem. ela tinha ente 15 e 16 anos.
Marcamos, então, um encontro na entrada da Assembléia Legislativa. Eu trabalhava no nono andar e combinei pegá-la no hall de entrada. Nunca vou me esquecer da cena e nem a Luciana imaginou que seria deputada ali. Desço, olho e vejo-a sentada, com um blusão de lã e um chapeuzinho branco. Sentada nas escadarias, ao lado daquela frase famosa: povo sem parlamento é povo escravo.
Ficamos amigos e praticamente fechamos o gabinete do Bisol. Todas as tardes íamos para as pizzarias da região e ela adorava sorvetes de chocolate em pleno inverno. Quando não estávamos nas pizzarias, estávamos nas sessões matinais do cinema vitória. Esse cinema me marcou por que foi numa sessão da tarde que aconteceu o primeiro beijo, todo estranho.
Luciana, nessa época, já era por demais estudiosa, dava aulas de inglês nas casas e já vivia de birra com o Tarso. Aliás, que família bacana, gente amável, a Sandra, que é médica, é um doce de pessoa e vivia se implicando com os hábitos alimentares da Luciana, que batia na geladeira, de noite, comer feijão preto gelado. Ela sempre teve gostos meio exóticos, não é de hoje.
Quando o PSOL lançou-a candidata a presidência da república, eu imaginei o show que viria. Luciana é a mais preparada de todos, sem freios na língua, fala direto, conhecimento fora do convencional, formada no trotskismo, não poderia dar outra: virou o espetáculo dos debates. Recentemente formou-se em Direito, é nossa colega, passou na prova da OAB, e agora iniciou o curso de filosofia na USP.
Meu amigo Pierre Leal me disse que voltou nela.
Luciana é uma grande mulher, tem garra, inteligente aos extremos, tem ética e uma fibra incrível. Talvez fui o santiagense que a conheci antes de todos. Fomos amigos, ficamos amigos. Um dia, na Assembléia Legislativa, a única vez que entrei em sei gabinete, envergonhada, ela me disse:" aquela vez que nós tinha aquele"...Assim foi.
Já ensinei minha filha e disse o mesmo para uma outra amiga, a Larissa, os escritores pegam um fato verdadeiro, misturam com a mentira e vão criando suas histórias.
Minha filha vai ler as reminiscências do papai, um dia. Mas essa história é tal e qual, não tem mentiras e nem mentirinhas, embora tenha muita omissão. Mas isso ela saberá entender as razões.
Era dezembro de 1984. Eu sai do Hotel para vir a Santiago. Luciana me acompanhou um trecho a pé, ali na cidade baixa. Chegando em Santiago, juntamente com os, hoje, sociólogos César Moura e Luiz Antônio Moura, fomos para MAÇAMBARÁ. Lembro-me bem, era dia 03 de dezembro.
Estávamos atrás do artista plástico Gutierez; Sofri um acidente e envenenei-me com agrotóxicos, quase morri. No outro dia, 04 de dezembro de 1984, Eliziane Mello nascia, enquanto eu era socorrido para não morrer. No mesmo hospital, em Alegrete. Essa coincidência é demais, mas é verdadeira.
Mulheres com esses cabelos tem cruza com o diabo, mas são especiais, isso é segredo dos lobos.
Era o inverno de 1984 e houve um debate entre o Tarso Genro e o Pilla Vares. Naquela época Tarso era apenas um advogado trabalhista. O debate era no sindicato dos bancários.
Fui lá. Tarso estava lançando o livro LENIN, CORAÇÃO E MENTE. Mas Pilla Vares era mais trosko e Tarso, meio estalinista.
Lá pelas tantas me meti no debate, que era aberto.
Depois do debate, Tarso veio falar comigo. Contei-lhe que era de Santiago, que era amigo do Adelminho (seu irmão falecido) e do seu pai, seu Adelmo, esse eu conhecia desde os 15 anos, nas reuniões do PCB na casa do seu Aparício.
Tornei-me amigo de Tarso, passei a frequentar sua casa e cada vez que ele ligava para o gabinete falar comigo, quem atendia o telefone era Juarez Pinheiro, que odiava-o e hoje é seu subsecretário de Justiça.
Mas minha sina não vem de hoje.
Dias depois, liguei para a casa do Tarso, queria falar com ele. Atendeu-me uma vozinha: “ele não tá, pera aí, mas quem está falando, eu conheço essa voz”. Era a Luciana na outra ponta da linha. Conversa vai, conversa vem. ela tinha ente 15 e 16 anos.
Marcamos, então, um encontro na entrada da Assembléia Legislativa. Eu trabalhava no nono andar e combinei pegá-la no hall de entrada. Nunca vou me esquecer da cena e nem a Luciana imaginou que seria deputada ali. Desço, olho e vejo-a sentada, com um blusão de lã e um chapeuzinho branco. Sentada nas escadarias, ao lado daquela frase famosa: povo sem parlamento é povo escravo.
Ficamos amigos e praticamente fechamos o gabinete do Bisol. Todas as tardes íamos para as pizzarias da região e ela adorava sorvetes de chocolate em pleno inverno. Quando não estávamos nas pizzarias, estávamos nas sessões matinais do cinema vitória. Esse cinema me marcou por que foi numa sessão da tarde que aconteceu o primeiro beijo, todo estranho.
Luciana, nessa época, já era por demais estudiosa, dava aulas de inglês nas casas e já vivia de birra com o Tarso. Aliás, que família bacana, gente amável, a Sandra, que é médica, é um doce de pessoa e vivia se implicando com os hábitos alimentares da Luciana, que batia na geladeira, de noite, comer feijão preto gelado. Ela sempre teve gostos meio exóticos, não é de hoje.
Quando o PSOL lançou-a candidata a presidência da república, eu imaginei o show que viria. Luciana é a mais preparada de todos, sem freios na língua, fala direto, conhecimento fora do convencional, formada no trotskismo, não poderia dar outra: virou o espetáculo dos debates. Recentemente formou-se em Direito, é nossa colega, passou na prova da OAB, e agora iniciou o curso de filosofia na USP.
Meu amigo Pierre Leal me disse que voltou nela.
Luciana é uma grande mulher, tem garra, inteligente aos extremos, tem ética e uma fibra incrível. Talvez fui o santiagense que a conheci antes de todos. Fomos amigos, ficamos amigos. Um dia, na Assembléia Legislativa, a única vez que entrei em sei gabinete, envergonhada, ela me disse:" aquela vez que nós tinha aquele"...Assim foi.
Já ensinei minha filha e disse o mesmo para uma outra amiga, a Larissa, os escritores pegam um fato verdadeiro, misturam com a mentira e vão criando suas histórias.
Minha filha vai ler as reminiscências do papai, um dia. Mas essa história é tal e qual, não tem mentiras e nem mentirinhas, embora tenha muita omissão. Mas isso ela saberá entender as razões.
Era dezembro de 1984. Eu sai do Hotel para vir a Santiago. Luciana me acompanhou um trecho a pé, ali na cidade baixa. Chegando em Santiago, juntamente com os, hoje, sociólogos César Moura e Luiz Antônio Moura, fomos para MAÇAMBARÁ. Lembro-me bem, era dia 03 de dezembro.
Estávamos atrás do artista plástico Gutierez; Sofri um acidente e envenenei-me com agrotóxicos, quase morri. No outro dia, 04 de dezembro de 1984, Eliziane Mello nascia, enquanto eu era socorrido para não morrer. No mesmo hospital, em Alegrete. Essa coincidência é demais, mas é verdadeira.
Mulheres com esses cabelos tem cruza com o diabo, mas são especiais, isso é segredo dos lobos.