O escritor tem em sua lista de extensa de obras títulos como "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault".
Morreu na noite desta sexta-feira (19) o escritor, semiólogo e filólogo italiano Umberto Eco, de 84 anos. Segundo sua família, citada pelo jornal "La Repubblica", o falecimento ocorreu às 22h30 (horário local), em Milão, na própria residência do intelectual.Eco nasceu em Alessandria, no Piemonte, em 5 de janeiro de 1932, e entre os seus maiores sucessos literários estão "O nome da rosa", de 1980, e "O pêndulo de Foucault", de 1988. Sua última obra, "Número zero", foi publicada no ano passado e fala sobre a redação imaginária de um jornal, com fortes referências à história política, jornalística e judiciária da Itália.
Além de romances de destaque internacional, o escritor também é autor de numerosos ensaios de semiótica, estética medieval, linguística e filosofia. Em 1988, fundou o Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino. Desde 2008, era professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos da Universidade de Bolonha.
Recentemente, ao receber o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, Eco havia feito duras críticas às redes sociais, dizendo que elas deram o direito à palavra a uma "legião de imbecis". "Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel", dissera o intelectual.
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nota do blog
Humberto Eco entrou em atrito forte com muitos intelectuais devido suas críticas as manifestações do uso das redes sociais, onde a liberdade de expressão atingiu seu epicentro. Pessoalmente, entendi como preconceituosa essa manifestação e eivada de elitismo. Mesmo aos imbecis, aqueles a quem Eco acha que as redes sociais deram voz e vez, precisam se expressar e - ademais - ninguém tem o monopólio da verdade, para saber quem está certo ou não. Aqui em Santiago, para não irmos longe, tem muita gente que pensa como Eco.
Eu gosto muito do Froilam, mas noto que ele também é um crítico, e sério, que se alinha com esse pensamento. Mas ninguém me tira da cabeça que essa babel que gerou a internet, essa anarquia sistematizada de opiniões, essa profusão incontrolável de ideias, é um cenário fantástico, é uma riqueza socialista onde já não existem mais os donos das verdades com suas teses sacrossantas e um legião de imbecis calada, acatando tudo como verdadeiro, dogmático e único. Agora não, agora com essa anarquia, cada qual diz o pensa, mesmo que sejam asneiras, bobagens, mas, afinal, é a liberdade de expressão e de opinião de cada um de nós, e luto para esse direito à opinião e à expressão seja assegurado cada vez mais. E vida as redes sociais.
E dizer que Humberto Eco foi autor do clássico O NOME DA ROSA. Bota contradição nisso. Talvez isso ele tenha morrido sem entender.
Minha ex-esposa Mara Zaboetski Prates, que mora em Milão, Itália, certamente irá no velório do seu escritor preferido de bairro.