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O suposto irmão da Nina e a extensão da possessividade

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Isto é apenas uma brincadeira, desses testes que rolam pelo facebook. 
Hoje a tarde, Nina estava no outro computador, quando viu eu fazer o teste e veio direta:
- Quem é esse pai?
- Um filho que eu vou ter?
- Não vai não. 
- Como não?
- Não. Tu não pode ter outro filho.
Então explico que isso é uma brincadeira. Nina, pragmática, sentencia:
- Tá bom, então apaga logo isso aí. 
- Mas filha, o pai ...
- Não, tu não pode ter outro filho, já te falei, tu tem eu, ora. 
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É numa brincadeira que a gente conhece as pessoas. Com minha filha não é diferente. Dias atrás ela me proibiu de namorar. E foi na frente da minha irmã e do meu cunhado. Minha irmã então perguntou: - mas a Karine não era boa prá ti?
- Karine, nem pensar. Meu pai vai ficar solteiro. 
Então minha irmã pergunta: - mas a tua mãe tem outro?
Nina, volta à sentença.
- É, mas minha mãe eu não controlo.
Em outras palavras, eu, ela controla, manda e desmanda na minha vida. Enfim, é minha filha.
 
 


Article 1

Por que a oposição ganhará a eleição municipal?

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O que eu mais admiro no PP é sua capacidade de vivenciar as crises, contudo, não as deixa espraiá-las. Fica tudo represado. É incrível. E, é claro, conta com a imprensa pouco investigativa. Sobra o Nova Pauta, sempre atento aos fatos, ligadérrimo. Rafael Nemitz, apaixonado, político, parece que deu uma guinada em seu estilo tradicional. Com tantos telefones grampeados em Santiago,  nem por celular se conversa mais. É só no pé de ouvido. Se cuidam até do whats.

Mas a verdade é que o final-de-semana foi tenso nos bastidores. Tudo por conta da escolha do vice do PP, Marcos Peixoto, fato que desagradou amplos setores pepistas e jogou sobre o partido um véu de incertezas.

O desagrado não tem nada a ver com o nome de Marquinhos em si, pois o mesmo é uma pessoa amável, não agressivo, dotado de fineza. O desagrado tem a ver como foram conduzidas as negociações que desembocou na escolha.

Afora o impasse crônico que criaram com o vice-prefeito Toninho, agora surgiu um outro impasse, que foi o extremo desagrado com setores que pleiteavam a vice.

Toninho está se mantendo numa postura exemplar. Até parece que tem sangue de barata, mas não. Toninho é partidário, homem de honra, de vergonha, ARENA da CEPA, passou anos dentro da política e nunca se ouviu falar que tenha desviado um centavo dos recursos públicos, sempre privou pela qualidade, sempre foi companheiro, sempre foi avesso ao aparelhismo. É - hoje - um monumento à honradez e a dignidade política.

A despeito de toda essa história pessoal, envolvendo um espectro amplo de familiares e seguidores, foi atingido pela decisão do staff, grupo dos Pintos e pintinhos, de alijá-lo do processo sucessório, sendo que a indicação do staff  recaiu sobre o nome de Tiago Gorski Lacerda, um jovem, sem nenhuma tradição partidária, sem história política, nunca concorreu sequer a vereador, mas contempla os interesses pessoais de Ruivo e do líder maior do PP, Doutor Valdir Amaral Pinto, um líder político com ampla história, ligado a um segmento da antiga ARENA, a assim chamada Arena 1 e que seus filhos sempre estiveram no epicentro do poder, sempre como chefes de gabinete, ao longo dos últimos dezesseis anos.

Na verdade, a matriz do duplo impasse, têm raízes que remontam aos velhos conflitos entre a arena 1 e arena 2. E também tem um episódio que aguçou o conflito entre Valdir e Toninho. Quando Toninho era Prefeito, tendo vencido a difícil eleição contra Paulo Rosado, Valdir fez a indicação de um nome (deixo de citar aqui o nome da pessoa). Toninho rejeitou a indicação, disse NÃO ao então poderoso CARDEAL (é assim que se referem ao Dr. Valdir nos bastidores) e desde aí atraiu uma feroz oposição do grupo do Pintos, alusão que se dá ao grupo majoritário que controla o diretório do PP, liderado por Valdir Amaral Pinto, seu filhos, inclusive o atual chefe de gabinete do executivo, Doutor Felipe Pinto, Otávio Pinto, hoje lotado no gabinete do Deputado Heinze, mas que foi chefe de gabinete de Chicão por oito anos e depois - também - foi chefe de gabinete de Chicão na Assembléia Legislativa.

O grupo dos Pintos, ademais, foi engrossado pelo sub-grupo dos Gorskis, pois o saudoso Chicão, Chico Gorski (atual diretor da URI) e o próprio Tiago Gorski Lacerda, todos comungam do mesmo ideal político ao lado de Júlio Ruivo, que não tem um grupo seu - especificamente - mas é comandado pelos Pintos.

Tiago Gorski Lacerda, nesse contexto, caiu como uma luva na pretensão dos Pintos e seus aliados de continuarem mantendo a hegemonia política sobre o município de Santiago. Tanto Tiago quanto Ruivo se apresentam como técnicos, fazem apologia a um governo tecnicista, falam em despolitização como forma de sempre representarem o novo, mesmo mantendo - por trás - as velhas estruturas oligárquicas.

Entretanto, a dita despolitização não resiste a uma análise mais depurada, pois basta ver a  forma como aparelharam o diretório do PP, com loteamento de cargos, CCs e FGs.

Ademais, a governança invisível de Santiago passa por uma aliança velada entre a administração municipal e a URI, num jogo de troca de figurinhas, que coloca num mesmo espectro Tiago, Ruivo e Chico.

A assim chamada folha indireta do município de Santiago é aquela que se gera dos convênios da administração municipal com a URI. São repasses de verbas públicas do município para a universidade, que faz a prestação do serviço, mas seleciona a dedo ideológico os eventuais participantes desses serviços.

Assim, existe uma folha direta, que é o pagamento  direto dos servidores públicos ativos e inativos, mais CCs e FGs e a folha indireta é também gasto com pessoal, mas por intermédio dos convênios com a URI, dentre outros.

Essa máquina montada em cima da relação da universidade com o município, em termos de controle de hegemonia, é perfeita, pois além de não ser visualizada ao entendimento das pessoas comuns do povo, ela é perfeitamente azeitada ao interesse do staff que controla o diretório do PP. Essa máquina é tão perfeita e tão eficiente que o nome escolhido pelo consenso do staff tem certeza de aprovação no diretório e será o candidato a prefeito e o vice-prefeito.

Só que dessa vez, para o pleito municipal que se avizinha, surgiram vários fatos novos.

FATOS NOVOS

1 - O staff subestimou a eleição de Miguel Bianchini, que ascendeu ao poder numa crítica em cima do coronelismo, aos currais (Bianchini até sentia, embora não entendesse bem o funcionamento interno da máquina invisível da governança); mas de qualquer forma, o PP fragmentou-se no apoio a diversos nome a deputados estaduais, e não contavam com o apoio que teve do povo as propostas de Bianchini.

É nesse aspecto que eu sou Amigo de Bianchini e alerto-lhe do erro que comete ao se aproximar daquilo que ele mesmo combatia, afinal ele se elegeu em cima da crítica ao coronelismo e aos currais e agora volta-se a esses. O povo tem memória e Bianchini, a despeito da espetacular atuação que vem tendo, corre um sério risco de queimar-se totalmente com aqueles que acreditaram em si, mesmo que esses sejam do PP, mas são setores que alijados do PP. Talvez isso Bianchini não compreendeu direito. Ninguém da máquina em si o apoiou.

2 - A desistência de Rodrigo Gorski, filho de Chicão, jogou por terra a pretensão do grupo dos Pintos de fazerem da eleição de 2016 um passeio, catalizando os sentimentos da morte de Chicão em compensação com votos para seu filho e herdeiro. Nesse aspecto o raciocínio do staff era perfeito. Rodrigo Gorski era mesmo imbatível, não só por ser filho de Chicão, mas também por ser altamente preparado em termos de gestão pública. É um ás. Um homem inteligentíssimo.

3 - A dissidência aberta por Guilherme Bonotto, ex-presidente do PP e uma espécie de pai-financeiro das candidaturas de Chicão, representou - para o staff - outro duro golpe, pois Guilherme foi extremamente hábil, uniu as oposições em torno de si e ainda arrastou uma fatia expressiva de pepistas, identificados com sua figura, sua família e seu trabalho, sempre muito sério e honrado. Hoje, a candidatura Guilherme tem tudo para se constituir em notável fenômeno, pois além de ter as oposições ao seu lado, e goza da confiança dessas pela seriedade que passa, catalizará também amplos espectro do PP, o mesmo que marchou com Bianchini. E agrega, ainda, um terceiro espectro que são as forças independentes, espécies de alas do PP, mas atuando como satélites independentes, é o caso do sindicato rural.

4 - O divórcio conjugal de Guto Pinto (filho do Cardeal Valdir Pinto) com a Diretora da URI, Professora Michele Noal, tem um impacto psicológico negativo para o grupo dos Pintos, pois passou para as forças políticas uma noção de perda de poder, embora eu - pessoalmente - não conjugue tanto dessa idéia, mas que ela existe, existe.

5 - Emergência de novas realidades midiáticas, em especial a forças das redes sociais de comunicação virtual, proliferação fácil da internet via smartfones, sociedade em rede e a consequente quebra de hegemonia do PP sobre os tradicionais meios de comunicação.

6 - Advento conjuntural favorável, clima mudancista em nível mundial e nacional, cria condições subjetivas de mudanças também em nível local.

7 - Ampliação das dissidências internas no PP, com Gildo, extendendo-se ao amplo grupo de Toninho.

Em face de tudo isso, existem condições objetivas e subjetivas favoráveis ao espectro oposicionista no contexto do município de Santiago.

Sempre fiz conjeturas municipais e sempre identifiquei as condições objetivas e subjetivas favoráveis ao PP. Contudo, nesse pleito, a sucessão de erros acumulados, somados a fatores objetivos (racha no PP, dissidências, união das oposições, a força de Guilherme, novas mídias sociais) e subjetivos (conjuntura de mudança em nível mundial e nacional, sentimentos de rejeições pepistas, mágoas pessoais) é evidente que estão criadas todas as condições para uma vitória do espectro oposicionista.

E, pela primeira vez, o staff dominante, que governa o município desde a era Vulmar, sofrerá seu mais duro revés.

A principal vítima desse sacrifício será justamente o agente político que restituiu o poder ao então PPB (hoje PP): Toninho, que deveria ser o candidato natural à sucessão de Julio Ruivo.

A escravidão espiritual e a batalha por luzes no império das trevas, escrito em 9 de março de 2014

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Dentre os sebos que frequento e compro alguns livros, em Porto Alegre, tenho um, em especial, onde encontro muita literatura rara. O proprietário é judeu, temos uma certa amizade, trocamos algumas idéias sobre Cabala, sociedade secretas, seitas, iluminattis, maçons...
Quando eu presidi a comissão estadual de ética do Partido Socialista Brasileiro, em 1988, conheci o médico psiquiatra judeu Leonardo Grabois. Por alguma razão, ele tornou-se meu amigo, parceiro de viagens e confidente. Grabois era sobrinho do líder Maurício Grabois, da Guerrilha do Araguaia e quando inciamos nossa amizade, fazia pouco tempo que ele tinha voltado de Israel. 
Grabois gostava de perambular pelo Vale dos Sinos, Paranhana e região metropolitana. Ademais, gostava de sentar nos bares operários de Campo Bom, Sapiranga e analisar os hábitos e costumes, desde a música à comida. 
Foi Grabois quem levou-me nesse sebo pela primeira vez e mentiu para o nosso amigo proprietário que eu era iniciado; nessa ocasião, comprou dois livros de Papus, tratado de ciência oculta elementar, volumes I e II e presenteou-me, apesar de minha resistência em estudar tais literaturas. 
Na ocasião, descobri que os livros de Papus integravam uma coleção da revista planeta. Apenas guardei-os  pelo carinho do amigo. Passados uns anos, num outro sebo, na João Pessoa, em Porto Alegre, por acaso, encontro um outro exemplar da mesma coleção, Paracelso, "A chave da Alquimia". Comprei o livro e guardei.
Com o passar dos anos, mais velho, mais maduro, lendo Paracelso e Papus, senti um relativo desejo de comprar toda a coleção, pois nela havia algum significado fora da simples concepção de compra e venda de livros.
Em março de 2010, no velho sebo onde se respira judaísmo, deixei meu cartão e a pedi ao amigo proprietário se algum dia ele tivesse tal coleção, que me ligasse, que a compraria. 
Quase quatro anos depois, em janeiro desse ano, ele ligou-me. Contou-me que estava com muitos livros de uma biblioteca particular de um velho iniciado, porém, de origem russa, não era judeu. Foi desse falecido que caiu em suas mãos os 20 volumes da coleção planeta. Ofereceu-me tudo. Achei caro o valor pedido, mas pensei na Nina e decidi fazer o depósito; o fiz nos últimos dias de fevereiro.
Sexta-feira recebi o pacote. Os livros são bem conservados. Mas - finalmente - reuni KRISHNAMURTI, PARACELSO, ALLAN KARDEC, NOSTRADAMUS, BLAVATSKY, ROSO DE LUNA, BORREL, PAPUS, FIGANÍERE, MOLINERO, GUAITA, KOSMINSKY, LEPRINCE/FOUGUÉ, NICOLAS FLAMEL, SHIMON HALEVI, AUROBINDO e IDRIES SHAH.
Aproveitei a noite de sábado para ler o até então desconhecido Idries Shah, na verdade, autor de 2 volumes, o primeiro deles intitulado "Magia Oriental" e o segundo "Ritos Mágicos e Ocultos". Confesso que são teses intrigantes. 
Durante muitos anos dediquei-me apenas a ler clássicos; vivi muito sociologia, filosofia e psicanálise (embora a anti-psiquatria tenha me seduzido ao extremo). Assim, nunca fui além de Freud. Entretanto, voltei muitos anos no tempo. Num grupo de estudos freudianos que tínhamos me São Leopoldo, nos idos de 86/87/88...debochávamos de Jung, justamente pela crítica que o apresentava como místico, ligado às ciências ocultas...Curiosa minha volta, alguns diriam: curioso corte epistemológico, mas a verdade é que iniciei uma transição de Freud para Jung, um fato que jamais teria admitido anos atrás. Imaginem eu com uma biblioteca de ocultismo em casa? Mas é, aconteceu, são tantas coisas mágicas acontecendo em minha vida, minha filhinha e tantas questões sem respostas, que estou abrindo-me a novas literaturas, a novos entendimentos, a novas buscas. 
Como o ser humano é complexo. Transitei do cristianismo para o marxismo, desse para a psicanálise e identifico-me, agora, numa outra transição, de volta a Cabala judaica e lendo ciências ocultas. Talvez eu nunca tenho abandonado a Cabala, não sei exatamente, apenas notei que com o nascimento da Nina voltei a refletir sobre suas bases teóricas e pressupostos metodológicos, pela base, transmissão de valores e plano ético diante da vida. Até entre os bandidos é preciso ética, não sem razão a máfia faz escola com seu ethos. Aqui em Santiago os bandidos são tão medíocres que não conseguem nem ter uma ética de mínima, que é a ética de cumprirem os acordos e manterem a palavra empenhada. Fora disso, são esgotos correndo a céu aberto com a exposição pública da charneca, por onde correm fezes, urinas, cuspes e catarros, sangue e até fetos.
Durante muitos anos acreditei que o Arqueômetro de Saint-Yves d'Alveydre contivesse mesmo todas as chaves das nossas religiões. Cheguei inclusive a aceitar um apêndice de apoio literário de Yves-Fred Boisset, que foi a agradável leitura do seu livro "Saint-Yves d`Alveydre: A Sinarquia, o Arqueômetro - As chaves do Oriente". Contudo, na minha cabeça, no meu cérebro, esse livro de Boisset provocou um efeito contrário, pois muitas coisas foram desconstruídas. E depois...não consegui juntar os cacos, os fragmentos dispersos de informações que se apresentavam concatenadas, de alguma forma, em harmonia na minha mente. 

Essa desconstrução foi horrível por um lado, mas de outro foi muito libertador. Durante anos parei de tentar entender tais sistemas por dentro e prendi-me mais na análise discursiva aparente. Agora, de alguma forma, estou voltando, ou dando voltas em torno de teorias, porém sempre sozinho, sem pessoas para encetar reflexões. Num terrível acaso, descobri que Steiner era discípulo de Goethe e suas teorias evolucionistas e foi quando rasguei tudo que sabia sobre antropologia num terrível nó existencial. No curso de ciências sociais, eu estudei muito, aprendi muito e pude dissecar bem o pensamento dos padres jesuítas sobre antropologia. Mas foi no marxismo que encontrei respostas bem mais sedimentadas. Apenas fiz uma junção de ambas as visões. Meu primeiro professor de Antropologia, cujo livro mantenho em minha biblioteca, era um padre que renunciou à batina, casou e morreu enfiado embaixo de um caminhão junto com suas filhinhas.

Por tudo, tenho me cuidado muito, estou perto de chegar a algumas conclusões sobre o ocultismo como uma transição de mundo superiores, mas vou indo, talvez eu morra antes, não sei. Quando a Nina fica longe de mim, sobra-me muito tempo, abandono o Direito e finco-me nessas leituras que levam-me a análises complexas. Agora, estou feliz com os livros que recebi nessa semana. Apenas escrevo em busca de compreensão e quiça de algum iniciado sincero disposto a tais reflexões. E que não seja desse grupo macabro local que não me suporta e que passa tentando me matar. Só eu sei como recebo suas energias. Eles passam tentando, mas não será fácil. Mal entendem que o ódio deles contra mim e a Eliziane acaba se voltando contra eles próprios. Acabam sofrendo sem entender a razão da escravidão espiritual de que são vítimas. 

Eu conheço suas armas e seus dardos de Pirro. 
Há muitos anos li e compreendi Maquiavel e Sun Tzu.
Postado há por

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NOTA DO BLOG

Essa eu previ, mas perdi. Agora, vem o reverso. 

Da morte e dos mistérios

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Estive envolvido, na noite passada, no caso trágico da morte da Dona Maria Suzana, pessoa amada e estimada da comunidade. Conhecia-a, pessoalmente. 

Uma morte é sempre algo chocante, perturbador, misterioso. No caso da Dona Suzana, tudo para mim foram mistérios. 

Estava em meu escritório. Escrevia uma mensagem no face para uma amiga de outra cidade. Falava sobre Cabala, morte, alquimia e ocultismo. É uma pessoa que eu amo muito.

Meu telefone toca. 

Era o patrão do jovem Daniel Nascimento. Segundo ele, Daniel tinha atropelado uma senhora. 

Não sabia quem era Daniel, não o conhecia e nem sabia quem era a senhora atropelada, embora, posteriormente, vim saber de quem se tratava, inclusive, éramos amigos.

Contudo, como eu advogo para esse empreiteiro, patrão de Daniel, propus-me a ver o caso, saber o estado de saúde da vítima, enfim, informar-me do caso. 

 Num primeiro momento, liguei para o HCS, identifiquei-me. A notícia era horrível. Suzana estava num quadro entre grave e gravíssimo. Então decidi ir até o Hospital e fui informado que a pessoa atropelada tinha falecido. Foi o vereador Davi quem me deu a informação. 



Na Delegacia, fiquei chocado ao saber que a vítima era a Dona Suzana, éramos amigos, me lembro até a última vez que conversei com ela no Ginasião, no verão, e ela me perguntou pela Nina. Um doce de pessoa, amável, querida.

Uma tragédia.

Na oportunidade, acabei conhecendo o Daniel. Tanto eu quanto o Rafael Nemitz nos impressionamos ouvindo-o. 

Ela será julgado devidamente pelas autoridades constituídas. 

Antes, olhei sua folha corrida judicial. Não tem um registro. Um, sequer. Fez o teste do bafômetro, não ingeriu bebida alguma. Comprou um moto para trabalhar. Andava sem carteira. É auxiliar de pedreiro. Membro da Igreja Assembleia de Deus. Daniel saiu sim do local, erroneamente. Mas não sabia a extensão da gravidade do ferimentos, no momento em que bateu sua moto na vítima, ficou apavorado com tanto sangue, esteve na iminência de ser agredido por populares e preferiu sair da cena e se entregar as autoridades. Como de fato o fez. 

Eu não sou criminalista. Mas o caso foi é tão  contraditório que até dois delegados tiveram visões e enfoques diferentes. Não vou entrar em pormenores nisso, agora. O momento é de dor, de lágrimas e tristeza. 

Sei que Daniel também morreu um pouco nesse acidente. Ele nunca será o mesmo. 

Eu sempre acho precipitado emitirmos juízos.

A morte, nessas circunstâncias, é sempre um mistério. Deixa uma lacuna terrível. Não soubemos compreender a morte, a hora fatal, por que ela acontece? Foi tudo numa fração de segundos, ao atravessar a rua ... o absurdo e o improvável aconteceu. Dias atrás, perdemos um amigo, o Betão Visinteiner, também vítima de um atropelamento.

O que eu me questiono também são as razões, a fatalidade da vida. Por que uma pessoa boa, amada e querida como a Suzana, teve um destino tão trágico? Por que o Daniel, um jovem limpo, decente, paupérrimo, envolve sua vida num caso como esse, pois ele se tornará escravo para sempre dessa tragédia? 

Lembrei-me, também, que a mãe da Nina, foi atropelada por uma moto, em Porto Alegre, anos atrás. 

Não sei se existem respostas profundas para tudo isso. 

A morte sempre anda nos rondando. Nós é que não acreditamos nela. Mas - quando menos esperamos - ela ceifa nossas vidas. 

Conversava com um amigo, hoje a noite, sobre a capotagem que tive com minha filha. É o acidente mais inexplicável, para mim, à luz da razão. Da razão. Por que a vida tem outro lado, e como tem e como desconhecemos esse outro lado. 

Chicão, no auge do seu mandato de deputado, esteve em minha casa, no domingo (ele morreu na sexta). Chegou as 18 horas e saiu as 21.10. Conversamos longamente. Na hora dele embarcar no carro, brinquei com ele, como um deputado anda sem motorista? Chicão me respondeu que não adiantava motorista e me disse: tu sabe que tô encomendado?

Carro em que faleceu Chicão
Madrugada de sexta para sábado, 4 horas da manhã, o telefone da Eliziane toca. Ela dormia com a Nina e eu estava na sala, no computador. Lembro-me como se fosse hoje, ela exclamou: - morreu?

E correu até mim, na sala, e me disse: - Júlio, o Chicão morreu, o corpo ainda tá lá no asfalto

A Mara avisou ao Ruivo e depois a mim. 

Enrolamos a Nina num cobertor e fomos para o local, incrédulos. Quando chegamos, estavam carregando seu corpo. 

No local, ainda vi o celular do Chicão atirado no asfalto. O carro em chamas. E lembrei-me que ele me houvera dito que estava encomendado. 

Curiosamente, eu acho que sei o que ele dizia e sobre quem ele falava. 

Esse era meu carro e nele estava eu e Nina. Saímos ilesos.
Eu sei que é possível matar uma pessoa, de forma direta. Isso é tão simples. Difícil mesmo é acertar o ponto com as forças do mal e eliminar uma vida. Eu só admito a capotagem do meu carro com minha filhinha sob a ótica espiritual e a batalha que travou entre os anjos do mal e os anjos do Eterno. Afinal, andamos 32 metros de cabeça para baixo, foi um longo namoro com a morte, mas, afinal, nossos anjos foram mais fortes. 

Se a vida já é um mistério, o que dizermos da morte, quando não é natural. 

Eu imagino que sei mais do que escrevo. Mas, me limito a escrever. 

Damos mil voltas, saímos da pedra, pra argila, velino, papiro, papel e agora tudo cyber, textos e textos, quilômetros verborrágicos de inspiração do além... Deus espera pacientemente a nossa pirataria... espera sem uma linha de hermetismo, limpo, silêncio, pleno, fácil e dócil.

Entendo.
 

Finalmente, um debate sobre o novo CPC em Santiago

O erro da generalização e os tucanos malditos

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Difundiu-se, no senso comum, a ideia, a noção, o entendimento, de que todo o tucano é neoliberal, dado a falcatrua, isso e aquilo que bem sabemos.

Aí eu olho para os tucanos aqui de Santiago, conheço praticamente todos eles. Cada um deles, analisando suas condutas sociais, éticas e morais, refletem-se, no espelho social, pessoas de conduta altamente ilibada, gente honrada ao extremo, gente do melhor quilate moral e ético, verdadeiras reservas de um padrão de moralidade que enche qualquer sociedade de orgulho. 

Olho o Bassin, que exemplo de vida. A professora Isabel, o Batistinha, a professora Ivana, sei lá, poderia citar outros tantos, tantos, tantos.

Mas o simples exemplo fala por si só. 

Demonstra, por outro lado, o quão errado é a generalização. 

O mesmo fato vale o raciocínio difundido contra as autoridades policiais, por exemplo. Eu nunca ouvi falar em corrupção policial em nossa cidade. 

No entanto, existe um disseminação no senso comum, de uma crítica muito contundente no sentido de atingir certos padrões. Tudo se dá a partir do exemplo de um, e pela supervalorização que se dá a esse exemplo isolado, tende-se a generalizar contra todos. 

É claro, usei o exemplo dos tucanos, porque são os mais bombardeados. Mas o mesmo raciocínio vale para trabalhistas, petistas, peemedebistas, pepistas ... 

A generalização é um erro primário. Assim como a emissão precipitada de juízos. Não somos juízes, os juízes e juízas, via de regra, são pessoas sábias, dotadas de bom senso, razão e equilíbrio. A eles cabe a execução da justiça material, terrena. E a Deus, a Justiça Divina. 

Desagravo público da OAB

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O Conselho Pleno da OAB/RS aprovou Desagravo Público ao advogado Valdecir Valério Lopes da Silva, de Palmeira das Missões, que foi ofendido pelo juiz da Vara do Trabalho de Palmeira das Missões, Diogo Souza, que mandou o profissional “calar a boca” em sala de audiências. http://bit.ly/1WwQALt

O circo pegou fogo, por Élio Gaspari

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A Lava Jato corroeu a Presidência petista de Dilma Rousseff, está perto de chegar em Lula, botou na cadeia José Dirceu e João Vaccari, ex-presidente e ex-tesoureiro do PT. Com o pedido de prisão para José Sarney, Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Romero Jucá, o procurador-geral Rodrigo Janot levou a faxina para os salões do PMDB.

Desde 2014, quando a operação começou, a oligarquia nacional cultiva a fantasia de que ela seria paralisada por poderosos interesses. Enganou-se em todos os casos. Ela não chegaria na Odebrecht. Chegou. Não prenderia o doutor Marcelo. Prendeu. Ele não falaria. Falou. O impensável aconteceu e continuará acontecendo porque as forças poderosas tornaram-se impotentes. 

Em 1996, Sergio Moro tinha 24 anos, formara-se em direito pela Universidade Estadual de Maringá e foi aprovado num concurso para juiz federal. No Banco Central, trabalhava o advogado Teori Zavascki. Havia sido aprovado num concurso para juiz, mas preferira continuar por algum tempo no BC. 

Em março daquele ano, no meio de uma crise provocada pela quebra do Banco Econômico e da ameaça de instalação de uma CPI, o presidente Fernando Henrique Cardoso registrou em seu diário:
"O Ângelo Calmon de Sá [dono do Econômico] teria dito que na CPI diria tudo o que sabe sobre o PFL [atual DEM] no Nordeste, veja o clima que se está criando. Esta gente está brincando com fogo."
(Uma pasta rosa encontrada no gabinete de Calmon de Sá expusera a contabilidade secreta das doações de bancos a candidatos. Sem lê-la direito, um poderoso hierarca do Banco Central vazou seletivamente parte de seu conteúdo. Deu-se mal.) 

Na mesma época aconteceu um telefonema do governador de SP, Luiz Antônio Fleury, sempre girando em torno da CPI, e FHC registrou:
"Haverá os dossiês que existem no Banco Central sobre deputados e senadores, eles vão aparecer, haverá uma lavagem de roupa suja, isso vai pôr fogo no circo". 

O circo reaparece na narrativa do FHC um ano depois:
"O Maluf telefonou para ele [o ministro da Articulação Política, Luiz Carlos Santos] para dizer que, se essa coisa da CPI dos Precatórios for adiante, ele vai botar fogo no circo; vai ver o negócio de financiamento de campanha, que ele sabe como sa?o os financiamentos, que ele não vai morrer sozinho". 

Para alegria dos palhaços que pagavam as festas de Ângelo Calmon, Fleury e Maluf, o circo está pegando fogo. Moro e Teori não são piromaníacos. Apenas pediram à oligarquia que mostrasse suas cartas, expuseram o blefe do andar de cima e acabaram com a mágica. 

Sérgio Machado chegou aos cofres da Transpetro no consulado petista, mas sua militância vem do PMDB e do PSDB. Seu pai, o cearense Expedito Machado, foi ministro da Viação de João Goulart, exilou-se e foi um dos primeiros a retornar ao Brasil. Ao pé da escada do avião que o trouxe ao Rio, recebeu a escolta do seu conterrâneo Armando Falcão, poderosa vivandeira do novo regime. Passou pela polícia sem ser incomodado. 

A teoria do circo pegando fogo é recorrente nas conversas grampeadas por Machado. Essa circunstância (o grampo) deveria inibir os movimentos dos poderosos da nova ordem. A colheita no vinhedo petista continua, mas agora a Lava Jato chegou às velhas videiras francesas

Tribunal de Contas

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Conselheiro Marco Peixoto, Presidente do Tribunal de Contas, andou conversando reservadamente com o Prefeito Ribeiro, PP, de Unistalda. 

Em Porto Alegre o assunto ganhou repercussão.

Quem sabe eu deixo de ser gay ? Breve crônica divertida.

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Conversando pelo face com uma menina, colega, santiaguense, que estuda na PUC , ela me saiu com essa raridade:  Quando li no teu perfil: " Mulheres só para amizade", pensei que tu fosse gay...

Mulher é mulher. Que diferença faz? 

Como ela tem 22  anos, expliquei-a que sou um velho e disse-lhe minha idade.

-Não quero mais nada com ninguém. Só cuidar da minha filha.

A resposta dela:

- Que velho nada, tem a idade do meu namorado. 

- Só que eu te achei mais gato que ele. Eu sempre leio teu blog, do Rafael, o Nova Pauta...sabe aquela foto tua...(ela se referia a essa foto). 

Pensei comigo mesmo: mais uma. É sempre assim. Marx tem razão. A história sempre se repete, e se repete e se repete e se repete e se repete...

Bem, se é assim ... pensando bem ... quem sabe ... quem sabe que deixo de ser gay?

Esse mundo tá virado.  

MANEIRAS TRÁGICAS DE MATAR UMA MULHER

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O festejado livro de Nicole Lourax, Maneiras Trágicas de Matar uma Mulher, Imaginário da Grécia Antiga, agora está disponível na internet, pela PASSEI DIRETO, totalmente grátis. 

É uma oportunidade rara para ler esse clássico:

 https://www.passeidireto.com/arquivo/5400902/livro-de-humanas---loraux-nicole---maneiras-tragicas-de-matar-uma-mulher/4

Sumário e Trechos

Sumário



7 Prólogo

15 Distribuição

21 Maneiras trágicas de matar uma mulher



27 A Corda e o Gládio

Um suicídio de mulher

por uma morte de homem 27

Uma morte desprovida de andreia 29

A incisão no corpo viril 33

Enforcamento ou sphagé 36

A esposa que se lança 42

O silêncio e o segredo 48

No thálamos: morte e casamento 51

Morrer com 53

A glória das mulheres 56



63 O sangue puro das virgens

Sacrifícios em que é bom pensar 64

Novilha, poldra: domadas 68

Da execução como casamento 72

Liberdades virginais 80

A glória das moças 88







91 Lugares do corpo

0 ponto fraco das mulheres 92

Enumeração do corpo viril 97

A alternativa de Polixena 101



116 Notas

139 Sobre a autora







Prólogo



“Mortes representadas em cena, grandes dores,

ferimentos”: acontecimentos da tragédia, espe-

táculos para os olhos. Considerando os exem-

plos dados por Aristóteles para ilustrar sua

definição do pathos trágico como “ação causa-

dora de destruição ou dor” 1 quem poderia

duvidar um instante sequer de que, no teatro

ateniense, a morte não tenha sido realmente

exposta à visão do espectador? Thanatói en tói

phanerói: agonias em público, assassínios di-

ante dos olhos de todos... Lendo mais uma vez

com perplexidade a frase de Aristóteles, tomo

a decisão de advertir o leitor de que, nas pági-

nas seguintes, o ouvinte da tragédia levará

vantagem sobre o espectador: tudo passa pelas

palavras, porque tudo se passa nas palavras,

principalmente a morte. Investigando as mo-

dalidades trágicas da morte das mulheres, nada

encontrei que seja visto ou que seja primeiro



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visto. Tudo começou por ser dito, por ser ou-

vido, por ser imaginado – visão nascida das

palavras e presa a elas. Assim, ao empenhar-me

em um longo exercício de leitura, tentei captar,

pura e simplesmente, aquilo que dava de ime-

diato ao público antigo o gozo intenso do pra-

zer de ouvir.



Palavras lidas para substituir ou mesmo

para reencontrar as palavras ouvidas, aquelas

que a representação trágica oferecia à escuta

ativa do público ateniense. Palavras de duplo ou

múltiplo sentido. Em síntese, texto, nada mais

que texto. Pode ser que contar “muito mais com

a imaginação que com a vista, mais com o

ouvido que com o olho” 2 seja uma escolha

minha, mas que importa? Na Atenas do século

V a.C, essa foi a escolha do gênero trágico.

Não tentarei prová-lo. Precisaria para tanto de

mais que um prólogo, e somente por prazer, ou

de memória, evocarei algumas das razões que

levam a colocar a tragédia sob o signo da es-

cuta.



Há, inicialmente, as razões do historiador.

Seria necessário evocar o apego decididamente

etimológico dos gregos à sua língua e o amor

que eles demonstram por suas palavras (que

eles chamam de “nomes”). Conviria lembrar

até que ponto, no século V ateniense, as regras

da escuta dominam esses discursos cívicos que



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denominamos um pouco impropriamente gê-

neros literários. Ouso mesmo formular a hipó-

tese de que, no teatro de Atenas, a escuta era,

para o público da representação trágica, como

que uma leitura muito refinada, à altura da

“profundidade” do texto3. Se o espectador anti-

go, tal como gostamos de imaginá-lo depois de

1er Jean-Pierre Vernant, tiver sido esse espec-

tador de ouvido apurado para quem a “lingua-

gem do texto pode ser transparente em todos os

níveis, em sua polivalencia e em suas

ambigüidades”4, então temos de atribuir a esse

ouvinte onipotente uma atenção da qual o mí-

nimo que se pode dizer é que ela quase não

tinha flutuações, uma memória por nós total-

mente esquecida e a capacidade espantosa de

realizar o longo trabalho sobre o significante

durante o curto tempo da representação teatral.

Ficção, talvez, mas ficção necessária. Podemos

então formular a hipótese de que, arrebatado

pela profundidade polissêmica do texto, o leitor

se empenha na interminável busca das palavras

em eco.



O historiador já se afastou na ponta dos

pés. Resta o texto e, diante do texto, seus usu-

ários muito contemporâneos. Na primeira linha

destes estão o diretor e os atores. Não espere-

mos, entretanto, que eles tornem a dar um cor-

po à idéia de espetáculo5. Por pouco que seja



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interrogado, o diretor confessará a dificuldade

que enfrenta para convencer os atores a dizerem

– a somente dizerem e sobretudo a não repre-

sentarem – as grandes unidades textuais com-

ponentes de uma tragédia: o coro do Agamêm-

non sobre o sacrifício de Ifigênia, a narração da

morte de Dejanira nas Traquínias ou a imola-

ção de Polixena na Hécuba6.



Resta ao leitor, então, aceitar até o fim a

aposta no texto. Leitora de tragédias, não tive

aliás escolha. Fui constrangida a isso desde que,

procurando traçar as vias trágicas da morte das

mulheres, tive de admitir que essas vias eram

textuais. Nada encontrei além da narração.

Como se só se pudesse confiar a morte das

mulheres às palavras, como se apenas as pala-

vras soubessem levá-la a termo. Para isso há

seguramente razões históricas, razões de civi-

lização: uma mulher grega vivia sua existência

de moça, de esposa e de mãe no lugar mais

recôndito da casa; ela também devia partir desta

vida de sua casa bem fechada, ao abrigo dos

olhos, longe de todo o público. Mas, seja como

for, a decência, ainda que sociológica, nunca

bastou para explicar tudo.



Não é difícil admitir que os sacrifícios das

virgens – este puro desvio – só possam rea-

lizar-se no terreno da narração; a tragédia co-

loca as moças em cena apenas para dela tirá-las



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e para entregá-las, longe dos olhos, ao cútelo do

degolador: execução escandalosa, ficção satis-

fatória narrada passo a passo pelos mensageiros

em linguagem técnica cujas palavras carregam

o impensável com todo o peso do real. Faz bem

matar as moças em pensamento, em narração.

Mas há também o suicídio das esposas, que

vem complicar tudo, porque é revelado também

pela narração, e não pela visão. Estarão essas

desesperadas realmente cometendo uma espé-

cie de transgressão, para terem de voltar a ocu-

par precipitadamente seu lugar – sombrio,

oculto, fantasmático – para então encontrarem a

morte cuja narração ao público dependerá de

uma ama ou de um servidor? É nessa reticência

em mostrar a morte que a invenção trágica da

feminilidade encontra, sem dúvida alguma, seu

limite, com essa maneira que as esposas perdi-

das têm de voltar ao seu lugar para rematar uma

ortodoxia. Mas isso não é tudo: recorrer à or-

dem da linguagem7 para matar Fedra ou Deja-

nira talvez seja uma das dimensões


Article 5

Article 4

Justiça ágil e exemplar

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O caso do jovem Daniel Nascimento teve um desfecho em menos de 48 anos. Louva-se a presteza singular do Ministério Público e do Poder Judiciário. 

O ministério público rejeitou o pedido de prisão. O juízo criminal acatou e aplicou as devidas medidas cautelares. 

Não como advogado, mas, sim, como cidadão, tenho que registrar minha satisfação com a resposta ágil, dinâmica, interativa e de alta sobriedade, partindo tanto do MP quanto do Poder Judiciário. 

Fez-se Justiça com eficiência. 

Um show de talento e uma conjugação de esforços na velocidade da telemática. 

Infelizmente, no meio disso uma tragédia e uma perda irreparável. Mas, afinal, fez-se Justiça, respondeu-se aos anseios da sociedade.

Meu dia dos namorados uma declaração extasiente: fui e sempre serei tua

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Creio que todos, de uma forma ou de outra, estão se preparando para o dia dos namorados. É claro, é tudo comércio, mas funciona. Os motéis lucram como nunca, fazem filas. Até quem não tem namorado ou namorada inventa uma, arruma uma ...

Os restaurantes estão com promoções de todos os lados. O comércio de lembrancinhas e flores está aquecido ... e o frio torna tudo mais romântico.

Meu dia dos namorados será no meu escritório. Não tenho tempo mais para nada. Finalmente, sou jornalista, sou sociólogo e sou advogado. Sai de São Francisco de Assis cedo. Dois casos criminais. Tenho duas trabalhista pendentes em ação e mais uma de danos morais, dessas boas. Estou escrevendo uma série de 24 artigos sobre política internacional para os sites da OI, e passo o resto do tempo em cima da análise do censo populacional de Santiago. Saio do IBGE para meu escritório, do Escritório para o IBGE. 

Não tenho a menor dúvida de que Santiago não tem 50 mil habitantes. O censo previsto para 2015 foi suspenso, estamos operando com o censo de 2010. Descubro a vergonha que é uma cidade educadora com bairros sem lei específica de criação, são quatro.

Descubro que nossa zona rural encolhe cada vez mais. 

Pela primeira vez, em muitos anos, montei o mapa perfeito da alma de Santiago. Sei tudo, como me mover, por idade, por sexo, por renda, por religião. Adoro ser sociólogo. 

Só que agora estou trabalhando com verbas rescisórias e contratuais ... mergulhado no Direito do Trabalho. 

Quem entra no meu escritório não entende, são cédulas de entrevistas, tabulação de dados, ações penais, civis, trabalhistas e criminais. 

Não sei se sou um caso atípico. Só sei que me divirto. 

Adoro trabalhar e adoro o que faço.

Hoje a tarde, preciso ir na Promotoria, mais materiais para o promotor eleitoral. 

Alimentação, só nas horas de folga. E deixo o domingo livre para passar com minha filhinha. Se estivesse comigo, ao meu lado, minha vida seria mais tranquila, mas ainda nem comecei a queimar os cartuchos. 

Não sei exatamente quem estou namorando. Ninguém acredita nisso. Não sei com quem vou passar o dia dos namorados, exceto que o domingo é da minha filha e que meu escritório é meu namoro mais sério ... poderia ser um atelier.

Mas - como sou ético - mandei uma mensagem para o face da minha Eterna. Disse que passaria o dia dos namorados com outra. É claro, é tudo de mentirinha, só queria ver a reação dela, já que ela entende tanto de jogos psicológicos.

A resposta me deixou partido.

- Vai, boa sorte.
- Eu estou aqui. Fui e sempre serei tua. 

Que jogo, ela é Mestra em psiquiatria. Derruba qualquer um. E eu acredito.

Na dúvida, o certo que estou namorando com o Direito, com a Sociologia e com o Jornalismo. Assim será meu dia dos namorados esse ano. Menos mal, dos males, é o menor. 

É claro, tenho Deus no coração e amor verdadeiro e puro de minha filhinha. O resto é tudo virtual, pelas infovias da telemática. 

Da campanha eleitoral ostensiva do PP, do chá das mulheres ao comparecimento do pré-candidato em eventos públicos

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Tiago Gorski Lacerda, somente ele, comparecendo em inaugurações de obras do município e eventos afns, legalmente, isso fere o princípio de isonomia, tratamento que o Executivo deveria dar, então, a todos os pré-candidatos e não somente ao candidato dele.
O artigo 73, parágrafo 11, da Lei 9.504-97 assevera que:

§ 11.  Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida.        (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Ora, o candidato em tela tem participado - nítida e reiteradamente - de programas sociais do Município de Santiago que é vinculado a ele, posto que secretário de gestão e candidato a Prefeito pelo partido que administra a cidade. E tais vedações estão em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2016.

Mas vejamos o parágrafo subsequente:

 § 12.  A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação.    (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Por outro lado, ficou notório no Chá das Mulheres do PP, a realização de um showmício, inclusive com artistas de fora, conduta vedada explicitamente pelo artigo 39 parágrafo 7º da mesma Lei aqui citada. O mesmo crime eleitoral, em tese, ocorreu também pela distribuição de brindes e sorteios no mesmo evento, ferindo o artigo 39, parágrafo 6º da lei em questão.







Exame-de-dna-inocenta-homem-acusado-de-estupro-que-passou-16-anos-na-prisao

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Fonte - Extra Globo





Um juiz anulou a condenação de um homem que passou 16 anos na prisão, na Califórnia, nos Estados Unidos, por agressões sexuais depois que exames de DNA provaram que ele não cometeu os crimes. Luis Vargas chorou no tribunal nesta segunda-feira, quando o juiz disse que a evidência aponta sua inocência completa.

Segundo a rede de TV “NBC”, os advogados dele acreditam que um estuprador notório na lista dos mais procurados pelo FBI foi o responsável pelos crimes. Vargas, de 46 anos, ainda não é um homem livre por causa de seu status de imigração. Ele ficará sob custódia federal até ter seus documentos. “Eu chorava até dormir porque meu pai significa o mundo para mim”, disse a filha dele, Nunez Cristal-Vargas.
Luis Vargas ficou preso em 16 anos por um crime que não cometeu

A propósito, e o concurso do Executivo Municipal de Santiago

CRISES E O FAVORECIMENTO DA RÁDIO SANTIAGO AO CANDIDATO DO PP

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Bem, eu tenho algumas certezas sobre as incertezas do PP; Marquinhos está sendo linchado abertamente. Só não vê quem não quer. O nome do staffé Cláudio Cardoso. 

Em meio a crise, o Prefeito Ruivo manda um projeto para a câmara criando mais uma FG. É um escândalo. Na minha opinião, ilegal e que ensejaria uma manifestação do Ministério Público. 

E o concurso? As pessoas estudaram, investiram tempo e dinheiro, acreditaram na entrevista do Prefeito !!!! E agora? Por que mataram o concurso?

E a Rádio Santiago vai continuar falando só no candidato Tiago Gorski. E a isenção, e a imparcialidade? E o compromisso com a boa informação? Eu estou com todas as gravações e vou levar ao Ministério Público. Não pode uma emissora, que é uma concessão pública, agir como está agindo a Rádio Santiago, beneficiando somente um pré-candidato a Prefeito de Santiago. Eu sei que todo mundo tem medo de meter a mão com a Rádio Santiago, pois temem sua influência. Só que eu não temo e estou tornando público que vou representar contra a emissora por sua parcialidade, falta da isonomia no trato com os demais candidatos e favorecimento ao candidato do executivo municipal, que investe pesado injeções de verbas públicas na emissora. E Paulo Pinheiro, cuja esposa detém cargo na administração do PP, devia ter compromisso com a verdade e dizer as razões de sua paixões pelo candidato oficial. 

Depois falam em padrão de qualidade e isenção. Isso é conversa para boi dormir. Enganem os imbecis.

A Rádio Santiago não dá o mesmo tratamento aos demais candidatos ao executivo. A sociedade precisa saber disso. 

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