Por Romeu Karnicoviski/advogado, Doutor e Pós-Doutor em Sociologia. Professor da PUC.
Sem dúvida, o combate travado no passo das Traíras, na ensolarada manhã do dia 6 de novembro de 1894, é o mais glorioso, significativo e enaltecedor feito de armas do 2º batalhão de infantaria da Brigada Militar – atual 2º BPM sediado em Rio Pardo – onde o jovem alferes Emerenciano Luiz Braga, um dos mais legendários oficiais da força gaúcha, imortalizou o seu nome. Fazia quase dois anos da revolução, onde republicanos– também denominados de castilhistas, florianistas, de pica-paus e mais raramente de legalistas – e os federalistas, também chamados de maragatos ou libertadores, se digladiavam em uma guerra civil de grande proporção. A Brigada Militar foi criada em 15 de outubro de 1892, como o exército estadual de Júlio de Castilhos, constituindo na poderosa e temida milícia dos republicanos. No dia 21 de outubro, foi criado o 1º batalhão de infantaria, dividido em quatro companhias e a 10 de novembro de 1892, foi criado o 1º regimento de cavalaria fragmentado em quatro esquadrões, sob o comando do capitão do Exército Fabrício Batista de Oliveira Pillar, comissionado no posto de tenente-coronel. Cipriano da Costa Ferreira, era então capitão do Exército, comissionado no posto de tenente-coronel para comandar o 2º batalhão de infantaria da Brigada Militar, criado em fevereiro de 1892, quando já havia eclodido a Revolução Federalista. O major Miguel José Pereira escreveu o seguinte sobre a criação do 2º batalhão em 15 de fevereiro de 1893:
A 15, foi organizado o 2º batalhão de infantaria e nomeado comandante, na mesma data, com a graduação de tenente-coronel, o capitão do Exército, dr. Cipriano da Costa Ferreira. “Quartel do Comando da Brigada Militar do Estado, em Porto Alegre, 15 de fevereiro de 1893. Tendo se apresentado a este comando o capitão do Exército Cipriano da Costa Ferreira, que por ato de hoje do ilustre dr. Presidente do Estado, foi nomeado tenente-coronel comandante do 2º batalhão, determino que o organize hoje com os oficiais seguintes, também hoje pelo mesmo ato nomeados: ESTADO-MAIOR Tenente-coronel comandante– o capitão do Exército Cipriano da Costa Ferreira. Capitão ajudante, com a graduação de major – capitão Elias José Soares. Alferes secretario– Alcebíades Pedroso de Albuquerque. Alferes quartel-mestre– Adolfo Guedes de Figueiredo Menezes.
Dessa forma, a Ordem do Dia 39, de 15 de fevereiro de 1893, criou deu origem ao 2º batalhão de infantaria da Brigada Militar, dividido em quatro companhias, sendo a 1ª comandada pelo capitão Joaquim Vicente Machado; a 2ª pelo tenente, comissionado no posto de capitão Juvêncio Xavier de Abreu; a 3ª pelo tenente, comissionado no posto de capitão João Machado de Morais Sarmento e a 4ª pelo capitão Eduardo de Morais Palma. Este batalhão, assim que criado, partiu para Caçapava, com 12 oficiais e 125 praças, para enfrentar os federalistas que ocupavam a cidade. E a partir daí, o 2º batalhão, participou intensamente da guerra civil, sempre ao comando do tenente-coronel Cipriano da Costa Ferreira. É interessante observar que o 1º batalhão de infantaria foi com efetivo de oficiais e praças basicamente oriundos da extinta Guarda Cívica enquanto que o 1º regimento e o 2º batalhão com oficiais do Exército. Assim, a Brigada Militar, criada em 15 de outubro de 1892, pelo então Presidente em Exercício do Estado, Fernando Abbott, por determinação de Júlio de Castilhos – que é o verdadeiro pai da milícia gaúcha - ficou fatiada em três dimensões: o corpo ativo ou regular; os corpos de reserva e os corpos provisórios.
A BRIGADA MILITAR criada em Outubro de 1892 |
Corpo Ativo ou Regular da BM | | |
1º Batalhão de Infantaria 1º Regimento de Cavalaria 2º Batalhão de Infantaria 3º Batalhão de Infantaria | 1º Batalhão de Infantaria da Reserva da BM 2º Batalhão de Infantaria da Reserva da BM 1º Regimento de Cavalaria da Reserva da BM
| 1º Corpo Provisório da BM 2º Corpo Provisório da BM 3º Corpo Provisório da BM e assim por diante, sendo o de Santa Maria, o famoso 11º Corpo. |
Essa força formidável, criada em 1892 e comandada predominantemente por oficiais do Exército, tornou-se uma verdadeira máquina de guerra, durante a Revolução Federalista. Além das unidades do corpo ativo, permanecem célebres, nos memoriais militares, o 1º batalhão de infantaria da Reserva da BM, do tenente-coronel Utalis Lupi, que foi destruído no Combate do Rio Negro em novembro de 1893, junto com seu comandante e o 2º batalhão de infantaria da reserva da BM, comandado pelo jovem tenente-coronel Afonso Emílio Massot, que ganhou reconhecimento militar no Sítio de Bagé entre novembro de 1893 e janeiro de 1894, pelas tropas federalistas do general Joca Tavares. E os federalistas, também chamados de maragatos ou libertadores tornaram-se inimigos com surpreendentes capacidades militares. O Exército Libertador (federalista) tinha como principais chefes militares, o extraordinário general Joca Tavares, o legendário coronel Gumercindo Saraiva, os generais Isidoro Dias Lopes e Luiz Salgado e os coronéis (vários com patentes de general do Exército Libertador) Aparício Saraiva, Guerreiro Vitória, Antero Cunha, Prestes Guimarães, Juca Tigre, David José Martins, Rafael Cabeda, Ulisses Reverbel, Torquato Severo, Dinarte Dornelles, Ubaldino Demétrio Machado, Marcelino Pina, Laurentino Pinto Filho, Estácio Azambuja, Inácio Cortez, Mateus Collares, Franklin Cunha, José Serafim de Castilhos, Manoel Machado Soares, Francisco Cabeda, Domingos Ferreira, Epaminondas de Arruda, Vasco Martins, almirantes Saldanha da Gama e Custódio de Mello entre outros lideres maragatos, além de Gaspar Martins, Demétrio Ribeiro e Barros Cassal. No início de novembro de 1894, ele marchou à testa do seu castigado 2º batalhão, para fazer junção com a coluna do coronel Pantaleão Telles de Queiroz, comandante-geral da Brigada Militar, em algum ponto do vasto município de Bagé. O 2º batalhão de infantaria, durante muito tempo, constituía a vanguarda da 1ª brigada da Divisão do Centro. A presença do coronel maragato Mateus Collares, fez a coluna de Cipriano se desviar e ao transpor o passo das Traíras (Bagé), na manhã do dia 6 de novembro, o 2º batalhão de infantaria da Brigada Militar encontra a vanguarda da coluna do valoroso coronel (general) Zeca Tavares (irmão do general Joca Tavares).
Sem demora, o tenente-coronel Cipriano manda formar quadrado, formação clássica que dominou os campos de batalha da Europa desde o século XVI, com a invenção dos terços ou quadrados espanhóis e findou com o advento das metralhadoras, travando uma luta intensa, suportando as cargas de cavalaria dos federalistas, onde brilhou a coragem sem igual de vários oficiais maragatos: tenentes-coronéis Fidélis Fagundes e Adão Latorre, majores José Francisco Machado e Damásio Sarmento, capitães Ribeiro Sales, Eleutério de Mello e principalmente, do lendário capitão Sagaz, sem falar dos soldados federalistas que demonstraram coragem assombrosa no combate que se seguiu. João Máximo Lopes, notável pesquisador, tal como Homero na Iliada, que narra os duelos entre os guerreiros aqueus e troianos, entre os quais de Aquiles e Heitor ou como o polonês Henryk Sienkiewicz (1846-1916), principalmente, no seu livro A Ferro e Fogo, onde ele descreve os duelos entre hussardos poloneses e cossacos revoltosos, descreve o mais famoso duelo de toda a guerra civil, entre o capitão federalista Sagaz com sua lança e o alferes da Brigada Militar Manuel Lourenço brandindo seu sabre.
Esse combate singular, verdadeiro retrato da coragem infinita de um homem que não teme a morte. O que está narrada a seguir advém do campo da imaginação e da lenda. As tropas dos dois lados se perfilaram em silencio aterrador para assistir com ansiedade o combate entre os dois bravos. De um lado, os soldados da Brigada Militar com seus uniformes onde predominavam as cores brancas e azul ferrete, torcendo pelo alferes Manuel Lourenço e de outro os soldados federalistas, altivos em seus cavalos com suas vestimentas variadas e suas lanças para o alto, acompanhando os movimentos do seu bravo capitão. Entre os soldados do 2º batalhão, destacava-se a figura do tenente-coronel Cipriano com seu gibão militar azul-ferrete e suas bombachas escuras, perfilado em silêncio com seu sabre em punho. Do lado federalista, parecendo um centauro, estava o general Zeca Tavares, empunhando as rédeas do seu cavalo, chapéu de feltro, casaco escuro tendo bordado um desenho em verde e amarela nos seus ombros, indicando seu posto militar e também bombachas, marcadas pelas suas botas sanfonadas e o lenço vermelho no pescoço. Hegel escreveu, em célebre capitulo da sua Fenomenologia do Espírito, onde ele narra a dialética entre o senhor e o escravo. O primeiro tornou-se senhor porque não teve medo da morte e o segundo foi escravizado porque teve medo de morrer. Ali, naquela manhã de 6 de novembro de 1894, junto ao passo das Traíras, entre os municípios de Lavras e Bagé, deu-se o combate entre os dois campeões: o primeiro, federalista com sua lança e o segundo republicano com seu sabre .
O duelo entre os dois homens livres, que sintetizavam ali toda bravura e coragem do universo, findou com os dois retalhando-se até a morte com o olhar atônito dos soldados dos dois lados. Ao cabo do combate, restaram no terreno, os corpos ensangüentados e inertes do bravo alferes Manuel Lourenço da Brigada Militar e do legendário capitão Sagaz, um dos mais temidos e corajosos soldados guerreiros federalistas, cuja bravura e perícia em combate era exaltada pelos próprios adversários, um dos poucos maragatos tratados com respeito e sem pejorativos nos jornais republicanos da Capital. Depois do duelo, onde cada parte recolheu os corpos dos seus campeões, o combate tornou-se mais intenso e virulento até o início da tarde. O batalhão em ordem e calma impressionante alcançou a casa de uma estância e ali se entrincheirou para repelir um a após outro os ataques dos federalistas, tendo grande número de baixas de ambos os lados. As tropas do coronel Zeca Tavares, depois de uma luta encarniçada se retiraram no início da tarde, estando entre os mortos, o lendário capitão Sagaz, perda irreparável para os federalistas. Cabe ressaltar que o major Miguel José Pereira não faz referencia ao duelo entre Sagaz e Manuel Lourenço. O Combate das Traíras foi o feito de armas mais exultante e glorioso do 2º batalhão da Brigada Militar, onde brilhou a estrela do tenente-coronel Cipriano Ferreira, que mais tarde comandaria a milícia gaúcha, por mais de seis anos, entre 1909 e 1915, e alcançará a patente de general-de-divisão do Exército; e a bravura inigualável do jovem alferes Emerenciano Braga, de São Luiz Gonzaga, que virá a ser um dos mais cantados heróis da força gaúcha, se aposentando da mesma, como tenente-coronel. Todos os jornais de Porto Alegre, durante muito tempo, publicaram artigos e referencias ao Combate das Traíras, página épica da Revolução Federalista. Os jornais da Capital, em sua grande maioria republicanos ou castilhistas, narravam esses combates com cores de dramaticidade e epopéia, decantando os feitos militares dos militares legalistas. Entre os artigos, nos jornais da Capital destacamos, destacamos o seguinte publicado no jornal Gazeta daTarde, na sua edição de 6 de novembro de 1895, escreveu sobre esse glorioso feito dos federalistas e do 2º batalhão de infantaria da Brigada Militar, cujos acontecimentos haviam ocorridos exatamente um ano antes:
É hoje o aniversário do encarniçado combate ferido no passo das Traíras. Este feito de armas é um padrão imorredouro erguido à sua glória pela invicta brigada militar do Estado. Se esses destemidos legionários não tivessem assinalado seu valor nos outros recontros, não menos disputados, em Santa Catarina, Paraná e neste Estado, bastam-lhe a resistência no combate das Traíras para sagrá-los heróis. Como este feito de armas não é bastante conhecido, vamos seguir a singela, mas integra narração, feita por distinto oficial do exército que se achou no campo do conflito no exercício de elevada comissão. Eis a sua narrativa: “A 30 de outubro (1894), o 2º batalhão que marchou fazendo parte da coluna sob as ordens do coronel Joaquim P. Telles, depois de, com a mesma coluna, ter passado junto a Lavras, retrocedeu do passo do Hilário, vindo sob o comando do tenente-coronel Cypriano da Costa Ferreira amanhecer naquela villa. A 31 reuniu-se à coluna, para a tardinha, novamente marchar só, acompanhado de um piquete do 2º regimento (cavalaria) da reserva (brigada militar); e marchou isolado até 2 de novembro, data em que se reuniu à brigada. A 3 destacou novamente acompanhado do mesmo piquete, e acampou no passo da Areia, sob o rio Camaquã e a 5 acampou no Rincão das Palmas. Ai o tenente-coronel Cypriano, entendeu-se, por intermédio de um próprio, com Matheus Collares, em cujo campo nos achávamos, e convidou a esse revolucionário a apresentar-se sob garantias seguras. Esse chefete respondeu que não o poderia fazer e aconselhou o tenente-coronel Cypriano a retroceder, visto como o general Zeca Tavares achava-se perto com uma coluna de 800 homens, e que ele próprio Matheus, tratava de nos flanquear, para o que possuía 100 a 200 homens e para cujo serviço empenhara a sua palavra, caso contrário aceitaria.
Informado o tenente-coronel Cypriano, do que havia, não lhe era fácil retroceder, muito principalmente tendo ordens para encontrar-se com o coronel Pantaleão Telles (comandante da brigada militar), naquela direção, onde justamente se preparava o pretenso general Zeca Tavares para combater-nos. Ainda mesmo que não houvesse semelhante ordem, não era caso de um chefe recuar devido a informações por demais suspeitas, como eram as de Matheus Collares. A 6 de novembro, pois, o batalhão tendo à frente um ‘vaqueano’ do lugar, marchou as 4 horas da madrugada mais ou menos, com direção ao passo das Traíras, afim de tomar a estrada mais próxima do ponto em que devia reunir-se ao coronel Pantaleão.
Fazia uma manhã lindíssima, com um belo sol. Haviamos transposto o passo acima, e tendo já caminhado algumas horas seguidas, fez-se parada para reunir o pessoal, e descansar-se um pouco. Reunido que foi, o pessoal, não havíamos caminhado 2 kilometros, e eram 7 ½ horas, quando o piquete de cavalaria que fazia a vanguarda do batalhão, avistou o inimigo em dois pequenos piquetes. Avançou, pois nosso piquete em linha de atiradores fazendo fogo, recuando os piquetes inimigos. Logo após avistou-se a pouco menos de 2 kilometros, ao redor do batalhão que ocupava o centro, mais de 8 piquetes, repontando todo o gado para fora do círculo em que nos pretendiam sitiar. Escolheram o melhor do campo, um local completamente aberto, existindo neste círculo, para a esquerda um, pequeno rancho de palha e a estância de Estácio Vieira, genro de um dos Tavares. Às 8 horas, mais ou menos, o batalhão avistava a coluna de Zeca Tavares que por todos foi logo calculada em 800 homens.
O batalhão, seu chefe à frente e seus oficiais a postos, avançava serenamente, tendo sido logo medidas quais as conseqüências de um combate tão desigual em número de combatentes. O valoroso alferes secretário do batalhão Rufino Thomaz Pereira que se achava bem montado galopou na vanguarda e foi até em cima da coxilha, uns 30 metros, e voltou imediatamente, prevenindo ao comandante e fiscal que uma carga de uns 200 lanceiros estava preparada, na baixada da coxilha, e onde se fazia infernal algazarra. O batalhão imediatamente formou quadrado e esperou. Uma legião de 215 homens, esperava calmamente, resolutamente, o encontro de uma força que se calculava ter quatro vezes o nosso pessoal e além de tudo à cavalo.
Avistou-se logo após, descerem à direita do quadrado a 300 metros calculadamente, um grande esquadrão de atiradores e à esquerda e retaguarda, como de 300 a 400 lanceiros. Estes vinham na certeza de envolver o batalhão, talvez em uma só carga, tal o modo precipitado por que chegaram, tão confiados que vieram a 2 metros do quadrado fazendo molinete com as lanças. O batalhão esperou. Nem um murmúrio, joelho em terra a primeira fileira. O fogo foi tremendo em três faces do quadrado! E como solto por um só homem repercutiu um ardoroso viva! – Era à República que saudavam os nossos bravos soldados.
O inimigo que viera altaneiramente, recuou horrorizado, deixando o campo juncado de feridos e mortos. É que não haviam suposto tão enérgica resistência em tão insignificante número de homens. Tornou-se, então, medonho o combate, só se pedia vidas e sangue. As cargas dos audaciosos negros Fidélis, Adão e Sagaz e outros sucederam-se quatro, seis ou doze vezes e tantas foram rechaçadas, sem em nenhuma delas nos ferir mais que três ou quatro indivíduos, isto mesmo já ao entrar o quadrado na porteira de uma mangueira da casa. O batalhão serenamente retirou, a passo, ajoelhando para receber as cargas, e mais fogo não pode fazer, porque cada praça não tinha mais que 160 cartuchos, que era preciso economizar. Chegados à casa, organizou-se linhas de atiradores, fazendo-se ligeiro entrincheiramento, de pedras e barricas. O inimigo atacou a pé a casa por 4 a 6 vezes e sempre repelido com perdas, abandonou o intenso e retirou-se, após o que nos enviaram parlamento. Eram 4 sujeitos conduzindo uma bandeira branca, e que não lograram chegar a 50 metros da casa, pois foram recebidos a bala, entre vivas a Floriano e Júlio de Castilhos.
É que estávamos bem lembrados da hecatombe do Rio Negro ainda onde foi algoz o mesmo Zeca Tavares. Não se podia esperar senão traição e antes disso está o cumprimento do dever militar. Repelidos, pois, nessa pretensão, fizeram o último ataque à casa a cavalo e a pé. Eram de 20 a 30 homens que furiosamente se lançavam a morte. E com efeito, ai tombaram quase todos, escapando uns 6 a 8 homens. Último foi esse esforço! Convencidos da ineficácia do plano negro que haviam sugerido - fizeram retirada, e à 1 hora da tarde terminava o sangrento combate – das Traíras – ficando o campo coberto de cadáveres, os nossos na maioria – degolados.
Teve o batalhão 74 baixas, sendo mortos 3 oficiais e 32 praças, feridos 7 oficiais e 32 praças. O valente piquete do 2º regimento (cavalaria) da reserva (da brigadamilitar) teve 1 oficial e 12 praças mortos e mais 13 praças feridas; ao todo 100 homens. Às 5 horas da tarde tendo chegado ao lugar do combate o coronel Pantaleão Telles com o 13º batalhão e o 2º (batalhão) da reserva (da brigada militar) foi recebido pelos 100 homens que restavam em formatura geral do batalhão. Gazeta da Tarde: Porto Alegre - 6 de novembro de 1895.
FRANCO, Sérgio da Costa. A Guerra Civil de 1893. 2ª ed. Porto Alegre: Renascença; Edigal, 2012.
GAZETA DA TARDE – Porto Alegre: edição de 6 de novembro de 1895.
KARNIKOWSKI, Romeu Machado. De Exército Estadual à Polícia Militar: O Papel dos Oficiais na Policializaçãoda Brigada Militar (1892-1988). Porto Alegre: tese de doutorado; sociologia, UFRGS, 2010.
PEREIRA, Miguel José. Esboço Histórico da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Oficinas Gráficas da Brigada Militar, 1950.