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Governador Sartori já está em Santiago

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Já está em Santiago o governador do Estado Sartori. Almoça com um seleto grupo de amigos (não posso dizer o local e nem com quem) e depois, inaugura as obras de tratamento da CORSAN, ali nas caixas d´água, em frente ao cemitério.

Um dia de arte, vestido novo e a criação do quadro: MARAVILHA DO RUI GESSINGER

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Eu achei lindo este vestidinho e o comprei para a Nina, ontem. Aliás, ontem ela passou a tarde na minha irmã e do meu cunhado, Loreti e Agenot. Loreti é iniciada em pinturas e artes plásticas e ensinou a Nina a produzir uma lindo quadro com conchinhas do mar que ela trouxe de Xangri-la. Como todos os quadros dela tem um nome, o escolhido deste foi: MARAVILHA DO RUY GESSINGER

Minha linda com o vestidinho todo bordado.

Ontem, comemos um Presente enviado pelo amigo Ruderson Mesquita, a quem agradecemos.

Nina segura  o quadro produzido por ela mesma, sob a supervisão da tia Loreti

A obra de Nina, que leva o nome: MARAVILHA DO RUY GESSINGER

Arteira com máquina,Nina  fotografou o papai. O carinho desfrutado pela Nina junto a minha família encanta. Nina sente-se muito a vontade com os tios. Uma casa grande, padrão, espaçosa, onde o casal mora sozinho. Agenor, meu cunhado, é militar reformado do Ministério da Defesa e recentemente completaram 50 anos de casados. Um casal exemplar com grande inserção social e reconhecimento da sociedade. Ambos, lideranças católicas, ligados ao movimento carismático.





Prefeito Paulo Salbego e Nina

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Paulo Salbego, Prefeito de São Francisco de Assis, nosso grande amigo, também tietou com a Nina. Figura humana excepcional, convidou-nos para uma visita a cidade.

Jornalista Tatiana, da Assembléia Legislativa do Estado, convidou a Nina para fazer um selfie e eu peguei a cena

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Prestigiando o ato de recepção do governador, estava a Jornalista Tatiana, do Poder Legislativo Estadual. Como anunciou-se que o governador não viria, devido aos tumultos dos professores, aproveitou-se o momento para fotos e selfies. A jornalista quis fazer uma com Nina e eu roubei à cena.

DEPUTADO BIANCIHIN

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No colo do amigo e Deputado Bianchini, Nina fecha os ouvidos para a gritaria e zoeira promovida pelos professores.

Cena rara

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Ruderson Mesquista, nosso amigo estimado, conhecido como o poderoso chefão (do bem) de Santiago e região, numa rara cena sorrindo. Dono do Frigorífico Sagrillo, Diretor do Hospital de Caridade, Ruderson é um grande amigo nosso de longos anos. Sempre ao lado de nossa família, presença amável, sempre ligando, enviando recordações, um pessoa rara numa cena rara.

Vice-Prefeito de Santiago e Pastor Cláudio Cardoso e Nina, reencontro de dois velhos amigos

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Sorridente e alegre, o Pastor ficou muito feliz com o reencontro com Nina e comigo. Abraçou-me, orou pela Nina e tirou uma linda foto com ela. Aliás, os Pastores locais e regionais estão vibrando com as posturas evangélicas infantis de Nina e com a perspectiva dela começar a cantar música gospel. Estávamos todos no ato de espera do governador Sartori, que ficou prejudicado na inauguração devido a tumulto causado por professores da rede estadual de educação.

Sobre a vinda do governador Sartori em Santiago

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Eu fui convidado e estive no evento. Revi o amigo Marcos Peixoto, Presidente do Tribunal de Contas, conversamos bastante. O Deputado Heinze, simpático, esmerou-se num beijinho a Nina. O ato estava bem programado. Seria a inauguração de uma obra que beneficia todos nós. 

Eu acho que as pessoas precisam ter educação, independentemente das nossas posições políticas. Essa questão do magistério não vai ter saída. Isso eu vi em 1983, na Assembleia Legislativa, quando desisti que abandonaria a licenciatura em sociologia e não seria professor. Fiquei só com o bacharelado. 
É muito contra-cheque e qualquer aumento dá uma repercussão enorme nas finanças públicas. Sartori apenas pegou um Estado quebrado. 

Os professores são importantes para a formação de nossas gerações, não se discute isso. Agora, os próprios professores tinham que participar da busca de uma solução.

O enfrentamento aberto, como o presenciado hoje, só desgasta a imagem do magistério. Eu acho que o enfrentamento no campo das idéias, com reflexões, textos e teses, impacta mais que a agressão, a balbúrdia e o tumulto. As pessoas de outras cidades que aqui estavam, com certeza, ficaram com uma péssima impressão. O governador tinha o direito de falar e o direito de ir e vir. Ficou estampado o radicalismo furioso liderado por petistas. Horrível. Fosse quem fosse, não merecia este tratamento. Ele estava em nossa cidade e a fidalguia e o respeito nas relações inter-pessoais devem ser a chave máter de tudo. Eu sou a favor da ação política, mas jamais, seja com quem for o governador(a), fazerem o que foi feito hoje. 

Com estas atitudes de agressividade, negando um cumprimento, pois Sartori estendeu a mão para cumprimentar os professores, eu não tenho a menor dúvida que cada vez mais o magistério perde e mais se isola. 

Eu acho que existem formas de expressão de oposição que são aceitáveis numa democracia. Não, jamais, a violência. 

Eu não fiquei no magistério, pois lá atrás, ainda jovenzinho, vi que seria uma merda a vida toda. Quando senti o campo minado no jornalismo e passei a ganhar pouco, migrei para o direito. Quando eu era casado com essa figura chamada Eliziane, eu sempre recomendei a ela, se quisesse ter futuro dentro do magistério, que fizesse Mestrado e Doutorado, para não sofrer o resto da vida. 

Eu acho, até hoje, que o magistério gaúcho tem soluções. É reduzi-lo a metade, adotar sistemas on line para o ensino médio, ampliar as turmas e fechar salas de aulas. Do contrário, a Nina vai ser vovó e a situação ver a mesma sempre. 

Seja Sartori, Marchezan, Ana Amélia  ... seja quem for o governador, este impasse vai continuar. Eu já sugeri a minha filha que estude direito e faça um concurso para delegada, juíza ou promotora. Até lá as defensorias públicas já terão sido extintas. 

Os professores sofrem demais e são orientados por lideranças de esquerda, que só manipulam com  a categoria. 90% é massa de manobra. Se o governo Tarso era tão bom, porque não pagou o piso nacional do magistério, que ele mesmo propôs? O máximo que ele fez foi dar uns aumentozinhos cacaca. O resultado está aí. Todos continuam pagando o preço; e nem estou falando que ele meteu a não no dinheiro dos precatórios. Eu até entendo que um professor deveria ter isonomia com os técnico-científicos do Estado, no mínimo. Mas isso é impossível porque o número de professores e contra-cheques é demais. Enquanto não houver uma mudança de mentalidade, enquanto não entenderem que o Estado não é um ente abstrato e que depende de ingressos e receitas, como uma empresa qualquer, esse problema não terá fim. É uma pena, são apenas sementes de ódios ... desnecessárias. 

E o pior ainda não apareceu. O estouro no IPE será o próximo passo. 

O dia que eu me cansar do direito ou que eu entender que a advocacia está rendendo pouco, saio fora e vou trabalhar noutra coisa. Enquanto eu tiver vida e saúde, vou em frente. 

Eu entendo os professores, torço por eles, mas entendo, também, o Estado e os governos. Aposto que esse impasse não terá solução em menos de 30 anos ou mais. 

 

Recebendo a visita do Deputado Bianchini

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Recebi uma visita, hoje a tarde, em meu escritório, do Deputado Bianchini. Conversamos por mais de três horas. Não posso revelar o teor do diálogo, eis que reservado. Mas o certo mesmo é que Bianchini vai a reeleição e com a certeza absoluta da ampliação de sua votação, em todo o Estado.

Vida de Pai

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O colega de imprensa, escritor e jornalista Márcio Brasil, aprontou-me uma grande hoje. Como era só gente tirando fotos, ele, que é um grande fotógrafo, aproveitou a cena em que eu arrumava a sandália da Nina e clicou esta cena mágica. Valeu Márcio.

Morte de Alacir

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O deputado Bianchini me disse que está em conversações com o Prefeito Froner e querem uma reunião com o secretário de segurança. Bianchini, com sua experiência de policial, me disse que não acredita que a morte tenha sido provocada apenas pelo autor confesso. Bianchini acredita que houve envolvimento de outras pessoas no crime.

Um dia de pintor

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Nossa frente estava horrível. Daí eu arrumei um pedreiro, ele fez os rebocos, tapou a buraqueira e comprei uma tinta ali no Gustavo Peixoto e resolvi eu mesmo fazer a pintura, sem o dom devido dom, mas, com boa vontade, terminei pintando toda a frente. Não ficou uma raridade, mas deu uma nova aparência ao local. Agora, o Beto Menegat está me produzindo uma placa bem bonita, diz ele rsrsrsrsrs.

No momento, passava pelo local, meu querido amigo Leonel Silva, da RADASSA, fotografou-me e colocou a foto no facebook. O que eu agradeço muito a distinção do amigo de longas décadas. 

Meu dia de pintor foi quinta-feira a tarde, enquanto minha filhinha ficou com minha irmã. 

Escândalo nos Gideões, Profecia, Pr. Reuel, Feliciano e Cia. - Caio Fábio cansado de tanta mentira!

Deputado Bianchini diz que pena na calçada fere o código de posturas municipal e considera o ato como "idiotice"

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O mais talentoso deputado do nosso Parlamento, Miguel Bianchini, me disse que achou a "coisa mais idiota" a colocação da pena atravessada no meio da calçada.

Segundo ele "isso fere o código de posturas municipais. Quando eu vi a foto no teu blog, juro que não acreditei, aí peguei o carro e passei na frente. Só aí acreditei que era verdade, mal conseguia acreditar nisso, uma idiotice total".

Nina saindo para a aula de violão

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Hoje, as 13.30 horas Nina vai participar de mais uma aula de violão, em companhia da cantora gospel KAREN LIMA FIGUEIRA.

Ruderson Mesquita Sobreira posta em seu facebook homenagem a Nina

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"Ontem tive a alegria de encontrar a linda e estimada amiguinha Nina Prates, filha do meu grande amigo Julio César DE Lima Prates. Que Deus sempre os protejam!!!"
 
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Nota do blog: Agradeço a imensa bondade e o gesto fraterno deste Amigo, na acepção mais pura da palavra. Eu não destaco o Ruderson por ser o homem mais poderoso e rico da região; seus valores residem em sua raridade; é só ver que o governador Sartori, ao chegar em Santiago, faz questão de ser recebido por Ruderson. É sem sombra de dúvidas, o mais influente agente político de todos os tempos no interior do Rio Grande do Sul. Diretor do Hospital de Caridade, Dono do Frigorífico Sobreira, Ruderson tem uma sensibilidade fora do comum. É amigo de todas as horas. Nos momentos dificílimos pelos quais passei, sempre esteve ao meu lado, dando uma palavra de afeto, de estímulo e de esperança. Existe um lado de Ruderson pouco conhecido. Ele é gente, é fraterno, solidário, amigo incondicional dos amigos.
  

Nina e sua tarde em Santiago, das aulas de violão com a Professora Darla Medeiros ao sorvete final

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A Nina está matriculada na turma ESCOLA ABERTA DE VIOLÃO, nas dependências do Colégio Professor Isaís. Aliás, que colégio, sala de aula com ar condicionado, lousa eletrônica ... impressiona.  O projeto é liderado pela talentosa Professora Darla Medeiros. Aliás, uma professora extremamente querida, competente e amável. A Nina é a mascote da turma, a mais nova, com 6 anos. E saiu-se tri bem nos primeiros toques de uma aula em grupo.

Nina e sua turminha de colegas.

Aqui a dedicada professora ensina a Nina sobre notas, acordes e cifras.

Depois da aula, um delicioso sorvete na sua sorveteria preferida.

Caio Fábio diz que Deus é loucura pura, Deus é absurdo

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Muito interessante e elucidativa esta entrevista do Pastor Caio Fábio, o principal nome do movimento evangélico na América e um dos mais conceituados no mundo inteiro. 

Na entrevista a Danilo Gentili, Caio Fábio diz que os evangélicos são massa de manobra, que existe um mercado da exploração e que as igrejas ensinam à escravidão.

Segundo ele, a Universal é uma máquina de caça-níqueis e denuncia a indústria do dízimo e do terror.

Pastor Caio Fábio assegura que "Deus é loucura pura, Deus é absurdo".

Para o Pastor, esta pauta de combate ao homossexualismo é inventada, pois Jesus vivia no meio de "gays e putas e nunca condenou nada".

Também fez revelações sobre sua iniciação sexual aos 5 anos, sendo que começou a transar com uma babá e transou com ela até os 7 anos. E assegura que isso lhe fez um bem danado. 

Sinceridade, honestidade e coragem são a marca maior deste admirado Pastor. 

Vale a pena assistir a entrevista na íntegra. Tá demais. E o grupo ligado a Caio Fábio está fincado com muita força em Santiago e região, inclusive com uma igreja aberta em nossa cidade.

Deputado Bianchini, que também é policial, não acredita na versão do assassino solitário no caso Alacir

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Alacir Dessoe
Eu custo a me convencer das coisas. Mas, conversando com o sábio deputado Bombeiro Bianchini, da comissão de direitos humanos da Assembléia Legislativa, acabei concordando em ele, em tese, acerca do assassinato de Alacir Dessoe e sua esposa. 

Bianchini é um bombeiro experiente, tem noção de força, movimentação de corpos e atuou durante décadas como policial. 

Inteligente, me disse que acredita no envolvimento de várias pessoas no crime e que o assassino confesso jamais teria praticado o crime sozinho. 

Na tese do deputado, o assassinato foi - sim - praticado por várias pessoas, possivelmente os quatros homens que estavam na casa. Bianchini acha que todos estavam na pescaria e que o confronto foi maior do que se desenha, pois todos que estavam no local devem ter participado do assassinato, até porque o assassino sozinho não teria força para matar e arrastar os corpos. 

Em suma, a tese do deputado é bem prática, ele não acredita em complôs, mas entende que houve mais pessoas que o simples assassino confesso. 

 

Pra não dizer adeus

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Domingo. Como eu tinha que levar Nina logo cedo, não dormi. Quatro horas da manhã, estava no computador. Nina se acorda. Chama por mim. Vou até ela, que chorava. Chorava muito. Pergunto o que houve? Abraço-a, converso com ela, explico que estava no computador. Mesmo assim ela reclama: "tu me deixou sozinha". 

Preparo uma mamadeira quentinha. Deito-me ao lado dela, que  mama e agarra-se em minha perna esquerda ... e dorme. 

Sigo com o celular. Leio notícias. Reviro o face. Penso na manhã, na despedida. No martírio daquele trajeto infernal. Não sei como Nina metaboliza tudo isso. Se eu pudesse, jamais voltaria aquela estrada diabólica, tudo de ruim que aconteceu na minha vida, está sintetizado naquela paisagem horrorosa. Cada pedra, cada trecho da estrada, cada curva, cada buraco, uma dor, uma dor muito profunda. 

Nina viveu uma semana mágica. Foi criança. Pracinha, piscina, cachorro-quente, violão, aulas, pinturas, lasanha, miojo, sorvete. bike ... amiguinhos, amiguinhas e o amor paterno. Nina reviveu tudo. Caminhava a noite pelo calçadão, correu ao redor da praça, andou na garupa da nossa bicicleta, colheu flores, beijou-me tanto, brincou tanto comigo ... revivemos nossas vidas, nossos sonhos, nossos amores. É claro, não falamos, nossos cortes, nossas cicatrizes expostas. Tudo é tabu, como se tivéssemos cometido um crime e fôssemos pactuados num jogo mortal. Vivemos e introjetamos a dor silenciosa. 

Existe amor, existe um elo, uma criação, uma graça, uma arte e uma divindade. Eu sei e ela sabe, sabemos, nunca mais seremos a perfeição da vida que éramos. Eu consigo metabolizar tudo. Ela, não. Apenas baixa a cabeça, aceita a imposição de uma realidade contra a qual não pode lutar. 

Nina e sua dor é a expressão da dor de todas as crianças que vivem assim, divididas, sem uma identidade certa, com vários rumos, obrigadas a viver com fingimentos, com mentiras.


Hoje, quando voltei, parei o carro para descer as coisas. Quando abro a porta me deparo com uma cena chocante. Os brinquedinhos dela espalhados pelo chão, os desenhos e as flores que ela colheu,  ontem a noite, sobre nossa Bíblia. 

Num instante, não me contenho. Choro muito, demais. O vazio é terrível. Dramático. A dor é indescritível. Corta como punhais invisíveis. É uma dor estranha. Não há ferimentos aparentes, apenas cortantes por dentro, na essência, na alma. 

Penso que tenho que encarar a vida. 

Por ela, eu montei, outra vez, uma estrutura de casa. Ela é feliz com cada potinho que juntamos. Com cada prato, com cada talher. Mas só eu a conheço por dentro. Nina oscila entre a felicidade de ser o momento e o pavor da realidade cruel. Nina nunca quis a destruição do nosso lar, ela nunca quis perder o que tínhamos, ela nunca quis abdicar de tudo que tinha, especialmente do amor paterno. Tudo foi-lhe imposto. As circunstâncias foram dramáticas na vidinha tão nova dela. 

Somos felizes por instantes. Se pudéssemos prolongar os instantes e eternizar os momentos, sei que seria o mágico de tudo. Sei que ela dorme abraçada em mim e sonha. Ela sonha com o impossível, com nossa casa, com nossa família, com nossa biblioteca, com nossas jantas, com nossos momentos juntos, que, na cabeça infantil, são eternos.

Tanto quanto possível faço-a viver novas realidades, novos sonhos, novos momentos. Mas o passado nos atormenta. Notei isso, sábado, bem claramente ao irmos para a aula de violão. Ela logo avistou o Batista e me puxou o assunto da nossa casa. Ela participou da aula, sorriu, não mostra sua dor para ninguém, mas ela sabe que eu sei, e nossos olhos falam sem dizer nada. Ela sabe que eu sei que ela está machucada e eu sei que ela sabe do meu sofrimento. Não falamos. Apenas nossos olhares falam. 

Hoje cedo, quando a coloco no carro para a volta, sei que ela não está dormindo. Mas fica com a cabeça tapada o tempo todo. Não quer ver o cenário. Nem despedidas. 

Quando chego, não nos falamos mais nada. É um adeus sem palavras. Ela sabe que precisa ficar. Eu sei que preciso voltar. Isto é um tormento. Eu pagar o preço, eu entendo. Mas ela, por Deus, não entendo. 

Vou arrastar até onde der e ver que surpresa Deus reserva a vidinha dela. Por algum desígnio, Deus está forjando-a diferente. Ela amadureceu na dor, sem compreender a extensão de uma ferida que ficará exposta enquanto ela viver. 

O sonho não morre. Mas nós morremos. Começamos a matá-la em tão tenra idade. Um pouco de mim morre em cada ato que se desdobra em nossas vidas. A fotinho da formatura infantil, que ela prometeu-me, escraviza-a, como os fatos que se seguiram. Impotente, na pureza de uma alma infantil, acaricia meu rosto e diz que me ama. É o consolo de quem ama de verdade e com coação. 

O meu drama, o drama da minha filha, é o mesmo, mesmíssimo drama de milhões de crianças, mundo afora, vítimas desta guerra silenciosa, surda, que é a destruição dos lares, a morte das famílias e o crime dos pais, que não se apercebem, que arrastam as crianças para um abismo infantil sem precedentes. 

Eu entreguei meu destino e minha vida nas mãos de Deus. 

Poderia ser cálido?
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