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Channel: JÚLIO PRATES
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A derrocada do PP

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Esse pleito revelou uma estrondosa derrota do PP santiaguense, em todos os aspectos. Revela que o partido virou uma locomotiva desgovernada, não tem mais estrategistas para pensarem o pleito e todos os resultados indicam no sinal da derrota e do fracasso. 

Para governador, Tarso fez 10.161 mil votos. Sartori fez 9.559 mil votos e a candidata petista fez 7.076 mil votos, apesar de toda a campanha e toda a máquina.

Para Presidente, Dilma ganhou e isso deixou a situação do PP ainda mais embaraçosa. Pior que isso, foi a queda estrondosa de Heinze, que ficou com modestos 12.677 votos, quase empatando com Bianchine e seu exército de um homem só, que fez 10.983 votos, sendo mais votado que o preferido do máquina do PP, Ernani Polo, que fez apenas 2.400 votos. Já outro que tinha uma mega-campanha dentro de Santiago, puxado por Heinze, Dornelles, fez míseros 1.254 votos.

No senado, então, a derrota do PP santiaguense é fora de qualquer cogitação. 

O que houve que o partido se desintegrou assim de forma tão abrupta, perdeu o controle e a hegemonia da sociedade santiaguense?

As razões são muitas. Eu nem quero citá-las todas para não não magoar pessoas que eu gosto, que eu tenho um enorme carinho, mas há tempo eu vinha alertando que estavam fazendo tudo errado, escolhendo pessoas erradas, dando prioridades para projetos errados, usando de agressividade com a população, subiram num salto alto de 30 cm, imaginaram-se donos de tudo em Santiago, fecharam-se ao diálogo, estabeleceram um campo de aliança muito confuso com a URI, onde pouquíssimos eram os beneficiados, o aparelhamento se deu pelo apadrinhamento e não pela competência e o talento, bem diferente de Chicão que abraçava todos os matizes e sabia catalizar as forças dispersas e uni-las num sentimento de cidadania e não de partidarismo. No próprio campo dos formadores de opinião, apostaram no que existe de mais fraco e sem expressão, que mais serve de deboche do qualquer outra coisa. A força do grupo dos Peixotos com Pedro Westephalem revelou-se um fiasco com míseros 389 votos. Isso mesmo, 389 votos. O confronto aberto com o funcionalismo é outro ponto complexo que ninguém sabe negociar, e agora com a proposta do executivo de oferecer um vale refeição de 50 reais mensais vai atrair ainda mais o ódio dos servidores contra o executivo, pois com 2 reais por dia, não se compra nem um pastel e isso terá reflexo em centenas de famílias que se sentirão agredidas com isso. Não precisa ser teórico ou cientista político para saber que isso terá um reflexo ainda maior na eleição municipal. Assim, como teve o desconto dos dias parados juntamente com o descanso semanal remunerado. Mas o que isso? Intransigência do gabinete e falta de afeto nas negociações, que poderiam ter tido um rumo bem diferente, como era com Chicão, quando vivo, que muitas vezes não dava nada, mas saia rindo, brincando e levando todos na conversa, no diálogo e no bom senso.

Com o fortalecimento da classe média, o perca do poder de força dos coronéis, com a presença de Bianchini no próximo pleito como candidato a Prefeito, não terá Marco Peixoto ou Rodrigo Gorski que segure a  derrota pepista, que se desenha e num quadro ainda muito feio, pior do que se imagina.

É claro, a salvação do PP é que ainda existem dois anos para reverem tudo isso e tentarem botar a locomotiva nos eixos, mas isso será uma missão para gigantes e os gigantes que sempre pensaram e deram sustentação, com a força do pensamento e da teoria, foram corridos e desprezados. Com mequetrefes, deu no que deu.


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