Eu não gosto de meio caminho. Ou descubro e descortino o caminho ou não vou por esse caminho. Estou em Manoel Viana, que noite fria, parece que aqui é mais frio que Santiago. Cheguei há pouco.
O caminho é cheio de recordações. Sinto-me perto da Nina. Sei que ela está logo ali.
É uma cidade estranha, embora a quantidade apreciável de amigos.
Um bom banho quente e cama. Encontros cedo e logo a seguir rumo a São Francisco, presídio, forum e estrada de Santiago ... de novo, de volta.
Ao sair, peguei o pen-drive errado. O meu e o da Nina são iguais. Só o dela, tem o hino Revolução, da Aline Barro, que ela escuta 20 vezes na viagem. Menos mal que meti no meio a trilha sonora de Bryan Adams, a mesma escolhida por Coppola para o fabuloso Dom Juan de Marco. Tudo a ver.
A estrada que liga nosso município a São Francisco de Assis até está boa, somente alguns trechos esburacados. Poucos. Com carro pequeno, é ruim. Mas com a camionete grande, do escritório, que ando em algumas viagens, é só tocar que não existem buracos.
Eu sou um sociólogo, mas queria ser um psiquiatra para dominar melhor os processos de contra-transferências. Os enredos em que estou envolvidos são dignos da indústria cinematográfica. Penso que sou um advogado, mas ajo como jornalista, é claro, sou membro da associação de jornalismo investigativo. Mas sou também um advogado, trabalhando em casos bem complicados, por isso me viro em jornalista investigativo.
Um dia, tomando um café com minha estimada amiga Carla Albuquerque, ouvi dela uma afirmação tão séria e sincera que nunca mais me saiu da cabeça: Júlio, tu tem cara de tudo, menos de advogado.
De repente, descubro-me confuso e penso na versão da Carla. Sinto-me sempre um jornalista, com métodos de sociólogo. Como o personagem de Coppola, penso que sou um advogado. Estudei Direito, passei na prova da OAB, tenho carteirinha, mas não sei - ao certo - se sou mesmo um advogado. Fiz pós-graduação em Letras, Produções Textuais, leitura, escrita, releitura e reescrita. Tudo a ver. Um desembargador ao olhar meu currículo nunca sabe - exatamente - que advogado eu sou.
Mas aí vem os pendores.
Minha primeira faculdade foi sociologia.
Depois, fui para o Direito, em Porto Alegre, onde morei por 16 anos. O Desembargador Bráulio Marques foi meu professor de Direito Penal. Tirei dois dez com ele. Rasgou-se em elogios para mim, que eu seria um grande criminalista.
Mas os meus pendores eram outros. O que me fascinava eram temas como jornada de trabalho, horas extras, acordo coletivo, convenção coletiva, sindicatos, federações ... isso me dava orgasmos múltiplos.
Na prova da OAB, descobri que o exame de ordem em Direito Constitucional era um passeio. Passeei e levei uma turma comigo. Era a maior barbada do mundo.
Ando pelo Direito do Trabalho, Constitucional, Administrativo e agora, eleitoral, trabalhando em dois municípios. Nas folgas, aceitei o desafio de ver alguma coisa de penal.
Tenham todos uma boa noite.
Ainda vou me descobrir. Antes que me descubram.
O caminho é cheio de recordações. Sinto-me perto da Nina. Sei que ela está logo ali.
É uma cidade estranha, embora a quantidade apreciável de amigos.
Um bom banho quente e cama. Encontros cedo e logo a seguir rumo a São Francisco, presídio, forum e estrada de Santiago ... de novo, de volta.
Ao sair, peguei o pen-drive errado. O meu e o da Nina são iguais. Só o dela, tem o hino Revolução, da Aline Barro, que ela escuta 20 vezes na viagem. Menos mal que meti no meio a trilha sonora de Bryan Adams, a mesma escolhida por Coppola para o fabuloso Dom Juan de Marco. Tudo a ver.
A estrada que liga nosso município a São Francisco de Assis até está boa, somente alguns trechos esburacados. Poucos. Com carro pequeno, é ruim. Mas com a camionete grande, do escritório, que ando em algumas viagens, é só tocar que não existem buracos.
Eu sou um sociólogo, mas queria ser um psiquiatra para dominar melhor os processos de contra-transferências. Os enredos em que estou envolvidos são dignos da indústria cinematográfica. Penso que sou um advogado, mas ajo como jornalista, é claro, sou membro da associação de jornalismo investigativo. Mas sou também um advogado, trabalhando em casos bem complicados, por isso me viro em jornalista investigativo.
Um dia, tomando um café com minha estimada amiga Carla Albuquerque, ouvi dela uma afirmação tão séria e sincera que nunca mais me saiu da cabeça: Júlio, tu tem cara de tudo, menos de advogado.
De repente, descubro-me confuso e penso na versão da Carla. Sinto-me sempre um jornalista, com métodos de sociólogo. Como o personagem de Coppola, penso que sou um advogado. Estudei Direito, passei na prova da OAB, tenho carteirinha, mas não sei - ao certo - se sou mesmo um advogado. Fiz pós-graduação em Letras, Produções Textuais, leitura, escrita, releitura e reescrita. Tudo a ver. Um desembargador ao olhar meu currículo nunca sabe - exatamente - que advogado eu sou.
Mas aí vem os pendores.
Minha primeira faculdade foi sociologia.
Depois, fui para o Direito, em Porto Alegre, onde morei por 16 anos. O Desembargador Bráulio Marques foi meu professor de Direito Penal. Tirei dois dez com ele. Rasgou-se em elogios para mim, que eu seria um grande criminalista.
Mas os meus pendores eram outros. O que me fascinava eram temas como jornada de trabalho, horas extras, acordo coletivo, convenção coletiva, sindicatos, federações ... isso me dava orgasmos múltiplos.
Na prova da OAB, descobri que o exame de ordem em Direito Constitucional era um passeio. Passeei e levei uma turma comigo. Era a maior barbada do mundo.
Ando pelo Direito do Trabalho, Constitucional, Administrativo e agora, eleitoral, trabalhando em dois municípios. Nas folgas, aceitei o desafio de ver alguma coisa de penal.
Tenham todos uma boa noite.
Ainda vou me descobrir. Antes que me descubram.