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Dra. Camila Cogoy |
Tenho estado longe de meus amigos e passo a maior parte do tempo encerrado. Sinceramente, não sei se vou sair vivo na outra ponta. Essa noite, quando falei com Mara, fiquei profundamente chocado com a notícia da morte de Marta. Fui até a capela, sentei no lado de fora e fiquei durante horas pensando no sentido da vida e porque, algumas pessoas, são mais propensas, em nível de uma sensibilidade extremada, a operar com os conceitos vida e morte, alegria e prazer, significado e significante dos fatos.
Vivendo sem família, sem ter com quem falar, sou extremamente grato a Dra. Camila Gogoy, com quem faço terapia. O desafio dela comigo é complexo, porque eu, em si mesmo, sei que sou um caso complexo, mas ela não tem perdido o fio da meada, tem procurado atar as cordas existenciais e credito e a ela o encontro de um certo ponto de equilíbrio.
As pessoas, geralmente, tem vergonha ou medo de falar de sua angústias, dores e medos e ainda grassa o proconceito contra psiquiatria e a psicologia. Eu vejo exatamente ao contrário: é bom a gente botar para fora e é excelente contar com o auxílio de uma psicóloga(o).
No meu caso, eu gostei muito da Dra. Camila porque ela foi no xis da questão, não que eu não imaginasse onde residia o problema fatal do meu quadro depressivo, separação, perda da esposa, do lar, da família e da filha. A partir daí, ela começou um processo de reconstrução da destruição.
É claro, existe um tabu em falar o que se fala num consultório e nem eu escrevo o que eu falo para ela. Abordo, genericamente, aspectos de minhas consultas, sem medo e sem preconceito, até para valorizar o trabalho e a importância do profissional de psicologia. O que mais eu gostei na Dra. Camila é que foi um encontro casual, não a conhecia e foi tudo fruto do acaso. Quando a gente conhece, previamente a pessoa, o processo de contransferência fica enorme prejudicado.
Todos nós temos nossas imperfeições mentais. Medos, angústias, incerteza, indefinições, temores. A questão é trabalharmos tudo isso, para buscarmos o equilíbrio, a ponderação, a razão e - sobretudo - não nos acharmos acima do bem e do mal e assumirmos nossas fraquezas e nossas debilidades.
Juro que no início eu não levava muita fé na Camila. Achava ela muito jovem e me julgava incapaz de ser analisando. Hoje, eu mudei e só eu sei como ela tem sido útil e como tem me ajudado. Eu percebo isso. Eu assumo isso. Camila é uma grande psicóloga. Creio que todos nós, na fragilidade, devemos buscar auxílio afim. Sem medo e sem preconceito.