Nina convidou-me para brincar de esconde-esconde. Sempre sorridente, amável, trocamos longos momentos de amor e afeto.
Adoro o jeitinho dela me pedir as coisas. Aí ela vira mocinha. Contou-me que estava precisando de roupas de verão. Pediu-me blusas, vestidos e calcinhas. Mimosa. Adorei ouvir seu pedido.
Voltei cedo e tratei de comprar suas roupas. Comprei dois vestidos, cinco blusinhas, inclusive uma da FROZEN e o tudo mais. Ela tem uma relação fraterna comigo. É modesta, sabe poupar. Um anjo. Queria apenas duas blusinhas.
Quarta-feira ela vem ao cinema. Agora, pelo jeito vem. Vou esperá-la. Vou assistir ao filme com ela, entregar suas sacolas de roupas e logo em seguida, se tudo se confirmar, viajo para realizar uma cirurgia, há muito tempo postergada.
O destino de minha filha é uma incógnita. Já abdiquei da ideia de criá-la e formá-la na fase que ela mais precisaria do amor paterno. O futuro é uma imprevisibilidade ... qual futuro não é imprevisível?
Todas as noites, quando apago, tenho meus sonhos povoados pelas lembranças de minha filhinha. É tão bom. É uma viagem maravilhosa. O sonho é um mistério.
Vou continuar sonhando.
Vivo cada momento com ela como se fosse o último. É a síntese de um amor que foi marcado por uma ruptura e gerou um processo complexo e confuso.
Afinal, é a Vida. É da Vida. Pagamos por nossas escolhas.
Tudo na vida é causa e consequência.
