Quantcast
Channel: JÚLIO PRATES
Viewing all articles
Browse latest Browse all 4921

Protestos contra os políticos

$
0
0


Presidente afirma, por meio de assessoria, que está encarando normalmente os atos, que são legítimos
Avaliação do ex-presidente se contrapõe à que Alckmin havia feito no final da semana passada
Protesto em São Paulo contra a presença de bandeiras do PSTU, que, oportunisticamente, pegou uma carona no movimento  e quis tirar uma casquinha política.

É preciso entendermos que a emergência desse movimento, em nível nacional, surge fora dos esquemas tradicionais de manipulação. Isso não que dizer que líderes políticos, oportunistas, não tentem se infiltrar no movimento. E o caso do PSTU é emblemático.

Dias atrás, Boris Casoy abriu um bocão contra os manifestantes, desqualificou o que pode, acusou seus líderes de baderneiros...hoje, mudou o discurso e seguiu  o exemplo do FHC que, habilmente, mandou entender e não desqualificar os protestos.  
  
É outra cabeça. Alkimin entrou pela linha de Band e acabou pela linha de FHC, condenou e agora saúda o que condenou.

Aécio Neves sugeriu que existe inquietação nas ruas. Óbvio. Transformou os atos de protestos em discurso contra o governo Dilma.

Gilberto Carvalho, general, militante do óbvio ululante, nem soube disfarçar. É claro que os petistas estão perplexos, não pelo movimento em si, mas pela emergência de um movimento autônomo e fora dos esquemas tradicionais.  Quem sempre soube de onde vinham os movimentos e sempre tiveram o controle de tudo, só podem ficar assustados. Talvez, perplexos.

E teve uma equipe da Globo News, que assegurou que os protestos em Brasília eram contra a PEC 37, que retira poderes do Ministério Público. Isso é tomar seus assinantes por bobos.

Mesmo que as reivindicações sejam puramente econômicas, no caso das passagens de ônibus, a verdade é que existe uma repulsa aos altos investimentos feitos em estádios. Falta dinheiro para a saúde, falta dinheiro para subsidiar o transporte coletivo, falta dinheiro para a educação, mas fazem investimentos bilionários em arenas para futebol. Ademais, falta transparência nos investimentos públicos e isso também move os manifestantes.

As redes sociais servem de elo para unir as bandeiras populares e chamar as convocações. De um lado, a coisa saiu fora do controle e os políticos tradicionais foram engolidos. De outro, ninguém sabe onde isso parar. Pode ser que tudo seja controlado, dominado e mora na casca. Porém, também pode descambar para o pior, para um questionamento mais orgânico ao establishment, exigindo renuncia de governantes e até expressando ódios contra os símbolos da opressão.

A passeata no Rio de Janeiro lembra as manifestações pelas diretas. É claro, com o diferencial, lá era tudo manipulado. Agora,  não. Vendo as imagens pela Globo News, a idéia que se tem é que a passeata carioca pela avenida Rio Branco é até superior a das diretas. É claro, os governos estaduais e a mídia burguesa sempre apresentam números mentirosos. Onde têm 300 mil pessoas, eles falam em 30 mil.

Está na cara que a panela de pressão foi destapada. Esses protestos são essencialmente contra os políticos, contra a corrupção, contra esses investimentos bilionários em estádios .... É óbvio que existem bandeiras e bandeiras e bandeiras. 

===

Texto que escrevi dia 14 de junho:


Baderna?


Uma matéria na capa  do Estadão on line dessa manhã chama por demais as atenções. Diz a manchete que Pesquisa indica que 55% dos paulistanos aprovam o movimento contra o aumento das passagens que tomou conta de praticamente todas as capitais, e de São Paulo, em especial.
55% dos paulistanos são favoráveis a protestos
Por mais que a imprensa conservadora tenha atacado o movimento e sustentado que tudo é uma baderna, a verdade é que esse movimento conseguiu apoio na opinião pública, afinal suas reivindicações são justas e decentes.

Outro aspecto que chama muito a atenção, gostem ou não, esse é um movimento à esquerda, que surge fora do controle da UNE, do PT, das Centrais Sindicais e dos tradicionais esquemas de controle dos aparelhos ideológicos. Diria até que a UNE foi engolida, que as centrais sindicais pelegas perderam o bonde da história e que o PT enfrenta um problema concreto de controle de hegemonia.

Por outro lado, esse movimento eclode uma várias capitais do país, portanto, é um movimento explosivo e com ramificações puxadas a partir das redes sociais. É claro que não tem nada a ver com os cara-pintadas, pois esse não tem entidades pelegas como a UNE e a UEEs dando a linha. Sequer sabe-se, exatamente, quem são suas lideranças.

A primavera árabe começou assim. E a primavera turca vai pela mesma linha.

E haverá primavera santiaguense ou vamos viver eternamente nas sombras do inverno? 
===
Na minha opinião existem centenas de lideranças políticas novas na cidade, gente como Marisa Ourique, gente preparada, informada, bem formada, mas que não podem nem ouvir nos partidos tradicionais e seus esquemas. O problema é que essas lideranças que estão no comando dos partidos, impedem a aproximação de novas forças, impedem a emergência de novas lideranças, e, ademais não sabem capitalizar a emergência social farta que está tomando conta de Santiago. Será que não notam que entra ano e sai ano e não existe renovação, são sempre os mesmos, com os mesmos esquemas e os mesmos vícios?

Sábado a noite estive na posse da direção de um Sindicato, lá na divisa da Guavirova com a Vista Alegre. Fiquei impressionado com a participação, com o nível de engajamento e com o volume de informações e a qualificação daquelas pessoas. Só que o evento, sequer foi noticiado, a imprensa estava toda centrada num pequeno concerto de música clássica com pouquíssimas pessoas... Já um mega evento, ginásios lotados, luta de classe em pauta, aí ninguém quer saber de nada de nada. Patético tudo isso.

É claro, aqui ninguém nunca leu Gramsci, não sabe o que é hegemonia, e nem sabe nada da correia de transmissão de Vladimir Ilitich Ulianov. A imbecibilidade coletiva quer decidir tudo em cima de um nome, menospreza a luta de classe, nunca atuou na politização da classe operária local, nunca atuou na base da sociedade, não fez disputa de hegemonia do movimento social, não sabe unir as forças dispersas, não tem propostas para o movimento sindical, não sabem captar sentimentos e nem entenderam que existe, em diversas escolas de Santiago, um movimento estudantil vibrante, contestatório, autônomo e sobretudo, inimigo do establishment. Porém ...
Depois não entendem porque entra eleição e sai eleição e o PP ganha todas!!!










Viewing all articles
Browse latest Browse all 4921

Latest Images

Trending Articles