Por exemplo, tomar a população absoluta de Santiago, 50 mil habitantes, como ouvintes de uma única emissora, é pressupor que 50 mil pessoas, velhos, crianças, bebês, jovens, enfim, todos, estejam o tempo todo sintonizado naquela emissora. E claro não é assim. Existe uma fatia, dentro desses 50 mil habitantes, que não escutam rádios e só assistem TVs (na minha casa, a Eliziane é um exemplo, nunca liga rádio, nem eu); existe uma outra fatia desse público que ouve rádio, e que é segmentalizada por emissora. Por exemplo, aqui perto da minha casa, noto o quanto as pessoas ficam ligadas na Nova 99; uma outra fatia se liga na Santiago AM, outros na Verdes Pampas FM; outros, ainda, preferem a rádio da URI e, outros, a Central FM. E existe, ainda, aquele público que não escuta rádio e nem TV.
Ademais, a variação de programas dentro das grades, contribui ainda mais para a não concentração de todos, o tempo todo, num só programa. O monopólio absoluto, a ponto de apresentarem a totalidade de uma população computada como ouvinte de 'A" ou "B" programa, é um insulto à inteligência das pessoas. Logo, fica fácil inferir que área de abrangência não quer dizer, necessariamente, área de ouvintes sintonizados nessa ou naquela emissora.
Somente um pesquisa, muito bem feita e muito bem estratificada, poderia nos dar uma dimensão da quantia de ouvintes desse ou daquele programa, dessa ou daquela emissora.
Por enquanto, para vender seu peixe, cada um vende uma história diferente. O certo é que tudo se resume a especulações, posto que não temos índices cronometrados de audiências, e nem a exata fatia de público por emissora e nem por programa.